sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Presidente da Coreia do Sul não participará de depoimento, afirma advogado

O presidente em exercício da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não tem planos de participar de um segundo dia de depoimento nesta quinta-feira (16), conforme informou seu advogado. Yoon, que se tornou o primeiro presidente sul-coreano a ser detido, foi conduzido ao Centro de Detenção de Seul na quarta-feira (15) após recusar-se a colaborar, passando a noite em uma cela isolada. As autoridades têm um limite de 48 horas para interrogar o presidente suspenso, após o qual devem soltá-lo ou buscar um mandado para mantê-lo na detenção por um período de até 20 dias.

A negativa de Yoon em cooperar com os investigadores se dá em um momento em que o Tribunal Constitucional se prepara para realizar uma segunda audiência em seu processo de impeachment, decidindo se deve afastá-lo de forma definitiva ou reinstaurar seus poderes presidenciais. A Coreia do Sul enfrenta sua mais severa crise política em décadas, que começou devido à tentativa efêmera de Yoon de declarar a Lei Marcial em 3 de dezembro, a qual foi rejeitada pelo legislativo. A prisão de Yoon na quarta-feira (15) pôs fim a um impasse de várias semanas, acionando uma intervenção policial em sua residência fortificada em Seul, o que levou seus apoiadores à desesperança.

Yoon alegou que se apresentou para ser interrogado por oficiais responsáveis pela investigação de corrupção, para evitar o que ele chamou de risco de “derramamento de sangue desagradável”, apesar de continuar a afirmar que o processo é ilegal e que o mandado de prisão foi emitido de forma inadequada. Segundo um representante do Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível, Yoon se recusou a falar com os investigadores que prepararam um extenso questionário contendo mais de 200 páginas. Está programado que o interrogatório seja reiniciado às 14h do horário local na quinta-feira, conforme informado pela equipe de investigação.

Yoon Kab-keun, um dos advogados de Yoon, comunicou por mensagem que o presidente afastado não irá comparecer ao interrogatório. A Yonhap informou que o advogado mencionou problemas de saúde de Yoon como um dos motivos e afirmou que questionamentos adicionais seriam desnecessários, sem entrar em mais detalhes. O representante do CIO comentou que havia a possibilidade de conduzir Yoon à força para o interrogatório, mas que realizarão mais consultas sobre as normas legais.

Enquanto isso, alguns manifestantes em apoio a Yoon se reuniram e ocuparam uma estrada em frente ao escritório do CIO, considerando a prisão do presidente como ilegítima. A defesa do presidente afastado argumenta que o mandado de prisão é ilegal, pois foi emitido por um tribunal sem a jurisdição correta e que a equipe designada para a investigação não tinha autorização legal para atuar. Eles também solicitaram que outro tribunal revisasse a legalidade da detenção. A equipe jurídica nega categoricamente as acusações de que Yoon tenha planejado uma insurreição, uma ofensa punível com prisão perpétua ou até mesmo pena de morte na Coreia do Sul.

O período de detenção de Yoon, de 48 horas, foi temporariamente suspenso enquanto uma revisão judicial está sendo realizada, conforme relatado pelo CIO. Em paralelo, após a aprovação do impeachment de Yoon pelo parlamento em 14 de dezembro devido à sua tentativa de instaurar a Lei Marcial, cabe agora ao Tribunal Constitucional decidir se o impeachment será mantido. Pesquisas indicam que a maioria da população sul-coreana apoia a decisão de impeachment, embora as tentativas de prisão tenham rendido um aumento no apoio entre seus seguidores mais fervorosos. Esta crise política está afetando negativamente a quarta maior economia da Ásia, elevando a pressão sobre a moeda local, o won.

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