Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, convocou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que visa arrecadar R$ 20 bilhões. Motta sublinhou a importância da participação do presidente para que o governo explore alternativas viáveis. Ele destacou a necessidade de medidas estruturais, permitindo ao Brasil enfrentar os desafios fiscais.
Durante suas declarações, Motta expressou receio quanto à possibilidade de o governo buscar soluções no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele argumentou que tal ação poderia agravar a crise política atual, alertando que a intervenção do Judiciário em questões parlamentares poderia deteriorar ainda mais o ambiente legislativo.
O presidente da Câmara estipulou um prazo de dez dias para que o governo apresente soluções alternativas para o aumento do IOF. Ele observou que o novo imposto pode gerar instabilidade e desestimular investidores. Motta enfatizou a urgência de um plano que aborde não apenas a situação imediata, mas também garanta sustentabilidade no longo prazo.
Motta destacou a insatisfação dos deputados com o aumento do imposto proposto pelo governo federal. Ele mencionou que o clima na Câmara indica uma tendência de revogação do decreto do IOF e que a equipe econômica tem dez dias para sugerir um plano eficaz, evitando ajustes fiscais que apenas ampliam a carga tributária sem resolver os problemas estruturais.
Além disso, Motta defendeu a necessidade de cortes nas isenções fiscais e uma reforma administrativa. Ele observou que, apesar da aprovação de diversas medidas para aumentar a carga tributária, iniciativas para a redução dos gastos ainda são raras. A insatisfação em relação ao aumento do IOF é generalizada entre os deputados, resultando na apresentação de mais de 20 projetos para a revogação do decreto.
Após a reunião com líderes da Câmara, Motta reiterou a urgência de um plano alternativo do governo. Ele deixou claro que, se não houver uma resposta satisfatória no prazo estabelecido, os parlamentares estão prontos para agir e derrubar a proposta. O governo, por sua vez, argumenta que revogar o decreto do IOF poderia paralisar as atividades do setor público.