18 março 2025
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Presidente do COI Fala sobre Atletas Trans e Políticos de Peso em Entrevista Exclusiva à CNN

Durante um mandato em que a separação entre as Olimpíadas e a política apresentou desafios, Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) por 12 anos, enfatiza a importância de manter os Jogos fora de conflitos políticos. Bach supervisionou um período marcante no movimento olímpico, que incluiu uma pandemia global, dois Jogos Olímpicos sem público, um notável escândalo de doping patrocinado pelo estado russo e significativas mudanças organizacionais.

Durante sua presidência, as Olimpíadas foram realizadas em diversos países, como Rússia, Brasil, Coreia do Sul, China e França, em meio a crises políticas e sociais, incluindo guerras na Europa e no Oriente Médio, além de tensões na Península Coreana. À medida que se aproxima da transição de liderança, Bach expressa confiança na neutralidade e unidade do esporte, acreditando que atualmente não há “desafios existenciais” para os Jogos.

Ele observa que o esporte deveria evitar envolvimentos políticos, uma vez que isso comprometeria a missão de unir o mundo. Bach destacou como a Olimpíada de Paris conseguiu reunir atletas de todas as partes do globo, incluindo atletas de países em conflito como Rússia e Ucrânia, coexistindo pacificamente na Vila Olímpica e competindo juntos.

O próximo desafio para os Jogos será em Los Angeles, em 2028, em um ambiente político cada vez mais polarizado nos Estados Unidos. A liderança de Donald Trump, que estava no cargo quando a cidade foi escolhida para sediar os Jogos, tem sido marcada por uma retórica que pode representar um teste significativo para os princípios de unidade do COI. Bach declarou que confia no apoio de Trump para as Olimpíadas, ressaltando que o presidente sempre apoiou a candidatura de Los Angeles e manifestou amor pelo esporte.

Entretanto, a relação de Trump com questões sociais, incluindo a participação de mulheres trans em esportes femininos, trouxe controvérsias. As regras de elegibilidade para atletas trans e aqueles com diferenças de desenvolvimento sexual têm sido alvo de debates acalorados. Trump tem feito declarações sobre impedir a concorrência de mulheres trans em competições femininas, um tema que exacerba divisões políticas.

A polêmica recente em torno de atletas trans foi intensificada por comentários de Trump sobre boxeadoras que não se enquadram em suas afirmações. A desinformação e o ataque a essas atletas geraram uma onda de hostilidade online. Bach alertou sobre os perigos da desinformação e a necessidade de discutir fatos de forma responsável.

A relação de Bach com a Rússia também foi complicada, especialmente após a revelação de um escândalo de doping em 2016. A maioria dos atletas russos foi envolvida em um programa estatal de doping durante as Olimpíadas de Inverno de 2014. Desde então, a relação entre o COI e a Rússia azedou, especialmente após a invasão da Ucrânia. A postura de Bach sobre a participação de atletas russos tem sido criticada, mas ele reafirma que as decisões são baseadas nos mesmos princípios aplicados a todos os atletas.

A participação de atletas russos em eventos internacionais tem sido refutada sob condições específicas, mas Bach insiste que as decisões devem sempre priorizar os direitos dos atletas. As mudanças promovidas por Bach no COI incluiram a introdução de equipes de atletas refugiados e a promoção de igualdade entre homens e mulheres nas competições.

Os acordos financeiros com a NBC e outras ações visam garantir que as Olimpíadas sejam acessíveis a um público mais amplo. Bach também mencionou avanços na seleção de cidades-sede para os Jogos, buscando tornar o evento mais sustentável e adaptável, ao invés de impô-los às cidades anfitriãs.

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