7 abril 2025
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Procurando Segurança: A Volatilidade do Dólar Estimula Estratégias de Hedge Cambial

O dólar terminou o ano de 2024 com uma valorização de aproximadamente 27% em relação ao real. No entanto, durante o primeiro trimestre deste ano, a moeda americana apresentou uma queda de 7,65%. Na última sexta-feira (4), houve um aumento significativo de 3,72% em um único dia de negociação. O atual cenário do mercado de câmbio é caracterizado por uma alta volatilidade e incertezas. No final do ano passado, as preocupações estavam voltadas majoritariamente para questões internas, especialmente relacionadas às contas públicas. Atualmente, a atenção se voltou para fatores externos, incluindo as políticas tarifárias do governo de Donald Trump, que podem impactar a economia dos Estados Unidos e a economia global.

Com a instabilidade do mercado, muitas empresas têm adotado estratégias de proteção para assegurar alguma previsibilidade nos negócios, resultando em uma crescente demanda por operações de hedge cambial. Essa estratégia visa proteger investimentos ao fixar uma taxa de câmbio entre as partes de um contrato até a sua finalização. No Ouribank, as operações desse tipo atingiram R$ 9,5 bilhões em janeiro e fevereiro, o que representa um aumento de 352% comparado ao mesmo período de 2024. No total, foram realizadas 2,2 mil transações, refletindo um crescimento de 320%.

Entre os instrumentos utilizados para hedge, os contratos Non-Deliverable Forward (NDF) constituem cerca de 70% do volume, enquanto as travas de câmbio representam os 30% restantes. Dada a crescente demanda, o Ouribank prevê que o volume de operações de hedge deverá quadruplicar em 2025 em comparação a 2024. A volatilidade do mercado tem sido uma característica marcante desde o ano passado, gerando impactos significativos nas empresas que buscam maneiras de se proteger após uma alta abrupta na cotação do dólar.

O impacto do dólar elevado é abrangente, afetando tanto consumidores quanto empresas, especialmente aquelas que atuam no setor de importações. O hedge se torna, portanto, uma ferramenta essencial para garantir os preços dos produtos que entram no Brasil, sem repassar a inflação gerada pela variação cambial. O especialista do Ouribank observa que qualquer movimento nas taxas de câmbio pode induzir a inflação, especialmente em commodities que apresentam um repasse imediato bastante dolarizado.

Apesar do foco atual nas flutuações externas, a crença é de que ainda não ocorreu uma mudança substancial na situação interna do país, perpetuando a incerteza. As empresas continuam buscando proteção também em relação ao cenário fiscal e ao aumento das taxas de juros. Como resultado, é esperado que a procura por operações de hedge cambial continue a se fortalecer. O Ouribank relata uma demanda crescente por operações, indicando que o ano deve prosseguir com volatilidade e um aumento nas transações financeiras. Além disso, as aproximações das eleições de 2026 podem intensificar ainda mais a volatilidade, especialmente nas questões relacionadas às contas públicas.

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