De acordo com os dados da Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a produção industrial registrou uma queda na transição de dezembro para janeiro, alcançando 48,9 pontos. A análise revela que essa redução foi menos acentuada do que a verificada em anos anteriores durante o mesmo período. Historicamente, a produção tende a aumentar no final do terceiro trimestre para atender à demanda das festividades de final de ano, seguido de uma normal queda em janeiro, mas a desaceleração de 2025 foi considerada mais branda em comparação a ciclos anteriores.
A pesquisa identificou que a diminuição da produção em janeiro de 2025 se concentrou nas empresas de pequeno e médio porte, enquanto grandes empresas reportaram aumento em suas atividades. Além disso, foi observada uma queda na produção em regiões como Norte, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto o Nordeste e Sul apresentaram crescimento na produção.
O índice que mede a evolução do número de empregados permaneceu em 49,6 pontos, indicando estabilidade no período, uma vez que a tendencia habitual é de redução no quadro de funcionários em janeiro. O levantamento da CNI apontou um aumento no número de empregados nas grandes indústrias, ao passo que as pequenas e médias indústrias registraram diminuições. Regionalmente, o Sul e Sudeste demonstraram aumento no número de empregados, enquanto os indicadores mostraram recuo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) em janeiro foi de 69%, apresentando um incremento de 1 ponto percentual em relação a dezembro de 2024 e 2 pontos percentuais acima da média histórica para o mês. Este resultado marca o 11º mês consecutivo em que a UCI se posiciona acima das médias mensais observadas na série histórica. A elevação da UCI em janeiro foi impulsionada principalmente pelas grandes empresas, enquanto as médias mantiveram-se estáveis e as pequenas apresentaram queda, apesar de todos os segmentos ainda estarem acima das suas respectivas médias para janeiro.
O indicador que analisa os níveis de estoque ficou em 49 pontos em janeiro, representando o terceiro mês consecutivo abaixo da linha de 50, o que indica uma diminuição em relação ao mês anterior. O recuo nos níveis de estoque foi generalizado entre empresas de todos os portes, com exceção das do Norte, onde houve aumento, e do Nordeste, onde o volume de estoques se manteve estável durante o período.
O indicador de estoque efetivo em relação ao usual ficou em 49,3 pontos, marcando o 14º mês consecutivo em que este indicador permanece abaixo da linha de 50, mostrando que os estoques estão abaixo do nível que os empresários planejavam.
Com relação às expectativas para o primeiro semestre, a pesquisa da CNI indicou um aumento do otimismo entre as indústrias, abrangendo todos os portes e segmentos. Os indicadores que mensuram a expectativa de demanda, quantidade exportada, compras de matérias-primas e o número de empregados apresentaram crescimento entre janeiro e fevereiro de 2025, superando a marca dos 50 pontos.
A sondagem incluiu a participação de 1.453 empresas, sendo 595 pequenas, 514 médias e 344 grandes, e foi realizada entre os dias 3 e 12 de fevereiro.