O professor de capoeira, Eduardo de Souza, de 42 anos, foi assassinado na madrugada do dia 2 de outubro em Mauá, na Região Metropolitana de São Paulo. Reconhecido como um defensor da cultura afro-brasileira, Eduardo, que também era conhecido pelo apelido de Professor Toli, lecionava capoeira no Colégio Dante Alighieri, uma instituição educacional tradicional da capital paulista. Ele também se dedicava ao ensino de artesanato para crianças em diferentes escolas. Amigos e colegas ressaltam que ele teve um impacto positivo na vida de muitos jovens, ajudando-os a evitar caminhos prejudiciais.
Conforme informações da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, Eduardo foi vítima de um assalto, durante o qual teve sua moto roubada e foi atingido por um disparo. Após o incidente, a Polícia Militar encontrou o professor inconsciente no local do crime e acionou os serviços de emergência, mas ele não sobreviveu. A moto levada pelos assaltantes foi incendiada em Santo André, e as autoridades estão em busca dos responsáveis pelo latrocínio.
Amigos próximos, como o mestre de capoeira Fernando Santos Ramos, destacam a trajetória de Eduardo na capoeira, que começou no grupo Armagedon e posteriormente desenvolveu sua carreira em São Paulo sob a orientação do mestre Flávio. Ramos descreveu o professor Toli como uma pessoa que sempre se destacou nas rodas de capoeira e que representou com orgulho a capoeira brasileira em várias partes do mundo. O apelido Toli Tola, que era uma referência a uma personagem de animação, ficou conhecido à medida que Eduardo se tornava mais ativo nas apresentações.
Eduardo morava com seus pais na Vila Magini e havia reformado a casa deles, além de considerar trocar sua moto por um carro por questões de segurança. Infelizmente, ele foi atacado após participar de um evento de carnaval. A mudança de meio de transporte que ele cogitava não se concretizou a tempo. A comunidade capoeirista expressou choque e tristeza com sua morte, refletindo sobre sua influência positiva e capacidade de inspirar crianças a encontrar um caminho melhor.
Ramos também mencionou que Eduardo tinha um talento notável para artesanato, tendo criado um projeto que utilizava canos de PVC. A contribuição de Eduardo à capoeira e à comunidade não se limitava apenas ao ensino, mas abrangia esforços para promover cultura e conhecimento entre os jovens. O mestre Flávio Caranguejo, que acompanhou o trabalho de Eduardo por 26 anos, ressaltou sua natureza amigável e seu comprometimento em ajudar crianças a se distanciarem da violência, o que torna sua morte ainda mais impactante e irônica.
O velório e sepultamento de Eduardo ocorreram no cemitério Vale dos Pinheirais, em Mauá, e contaram com a presença de mais de cem pessoas, incluindo muitos capoeiristas. Uma homenagem foi realizada em sua memória, com a música de atabaques, refletindo o legado que Eduardo deixou como educador e mentor. Ele desempenhava um papel crucial em ensinar não apenas capoeira, mas também habilidades práticas, como a confecção de atabaques, impactando positivamente a vida de muitos jovens na comunidade.