O conceito de ser “brasileiro” é frequentemente mal interpretado. Neste dia 1º de maio, que comumente celebra o Dia do Trabalho, é apropriado refletir sobre o significado dessa identidade nacional.
Historicamente, no período colonial, o termo “brasileiro” não se referia à nacionalidade, mas sim a uma profissão. Ele designava aqueles que extraíam o pau-brasil, uma madeira extremamente valiosa na época. Esses trabalhadores nem sempre eram bem-vistos pela sociedade, pois muitos eram criminosos exilados de Portugal que vinham explorar as riquezas naturais do Brasil. Assim, a palavra carregava um significado pejorativo no início de sua utilização.
Uma questão pertinente é por que o termo “brasileiro” foi adotado em vez de outras variações como “brasiliano”, “brasilense” ou “brasilês”. A explicação mais aceita é que “brasileiro” era, inicialmente, uma designação de profissão e não um adjetivo pátrio. Com o tempo, o uso se popularizou. Autores como Darcy Ribeiro destacam que os trabalhadores envolvidos na extração do pau-brasil contribuíram para a formação do Gentilício.
Além disso, Therezinha de Castro esclarece que o uso do termo tinha, inicialmente, uma conotação econômica relacionada ao comércio, em vez de uma ligação política ou territorial. Com o declínio do comércio de pau-brasil, “brasileiro” evoluiu de uma designação profissional para um símbolo de identidade nacional.
É interessante observar que poucos países em todo o mundo utilizam gentilícios que derivam de profissões, tornando o Brasil uma exceção nesse aspecto devido à sua história singular relacionada ao pau-brasil.
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