As opiniões de Ana Furtado, de 51 anos, sobre uma proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que altera a idade recomendada para exames de mamografia de 40 para 50 anos têm gerado um intenso debate nos últimos dias. Em um vídeo compartilhado em sua conta no Instagram na quarta-feira, 22, a apresentadora, que enfrentou um tratamento para câncer de mama anos atrás, qualificou a consulta pública como “absurda e cruel”. “Há um risco real de que nossos pedidos de mamografia possam ser negados e não autorizados pelos planos de saúde e pelos convênios caso essa resolução da ANS não seja revogada”, advertiu.
Diante da repercussão, a ANS divulgou um “esclarecimento” referente à Consulta Pública 144 mencionada por Ana. “Na proposta de norma em debate, está sugerido como um dos critérios de pontuação a realização de rastreamento populacional do câncer de mama a cada dois anos com mamografia em mulheres entre 50 e 69 anos, seguindo a métrica do Instituto Nacional do Câncer/Ministério da Saúde, que defende que o rastreio deve ser direcionado às mulheres nessa faixa etária e com periodicidade a qual há evidências conclusivas sobre redução da mortalidade por câncer de mama e que a relação entre benefícios e possíveis danos à saúde dessa prática seja mais favorável”, aponta o comunicado, ressaltando que isso não altera a cobertura assistencial que garante o exame com mamografia bilateral para “mulheres de qualquer idade, conforme indicação médica”.
Conforme dados da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), 40% dos diagnósticos de câncer de mama ocorrerem em mulheres com menos de 50 anos e 22% das mortes se dão neste grupo. Em sua postagem, Ana Furtado recorda que recebeu o diagnóstico de câncer aos 44 anos. “Estou aqui viva fazendo esse alerta e esse apelo porque realizei mamografias de rastreamento desde os meus 40 anos. Descobri um tumor inicial e consegui me curar”, relatou.
