A minissérie “Senna”, lançada na Netflix em novembro de 2024, alcançou grande sucesso de audiência a nível global e recebeu críticas positivas. A produção, que narra a vida e carreira do icônico piloto brasileiro, se tornou a série de língua não inglesa mais assistida na plataforma durante sua semana de estreia. Apesar desse êxito, houve descontentamento entre alguns envolvidos, incluindo Alain Prost, que foi um dos protagonistas da série e rival histórico de Ayrton Senna. Prost expressou sua insatisfação em relação à forma como a história foi abordada, afirmando que a minissérie carece de “sensibilidade” e que não deveria retratar acontecimentos que não são verídicos. Em uma entrevista à rádio francesa RMC, ele salientou que “Ayrton não gostaria, principalmente porque mostra falta de sensibilidade”.
Além disso, Prost descreveu a produção como uma busca por espetáculo em detrimento de aspectos mais autênticos. Ele lamentou que algo feito por questões comerciais não deveria ser realizado usando o nome de Senna. Prost já havia manifestado suas críticas em relação a um documentário anterior sobre o piloto, lançado em 2010, onde também expressou desapontamento. Em sua visão, a narrativa do filme poderia ter explorado a rivalidade e os momentos que vivenciaram na competição de forma mais adequada e verdadeira.
A minissérie conta a trajetória de Ayrton Senna, que foi tricampeão mundial de Fórmula 1, abordando tanto sua vida pessoal quanto profissional. Embora a produção apresente elementos fictícios, muitos episódios retratados refletem acontecimentos reais da vida do piloto. Ao longo de seus seis episódios, a série destaca relações significativas de Senna, incluindo seus romances com figuras conhecidas como as apresentadoras Xuxa e Adriane Galisteu, além de seu casamento com Lilian Vasconcellos, com quem teve um relacionamento desde a infância.
A série também apresenta momentos icônicos da carreira do piloto. Um desses episódios retrata uma corrida em que Senna utiliza fita adesiva para melhorar a performance do carro, um evento que realmente ocorreu em 1983. Outro destaque na narrativa é a vitória do piloto em Interlagos, em 1991, onde ele completou a corrida com apenas uma marcha funcionando, um marco na história do automobilismo.
Por outro lado, a produção introduziu personagens fictícios que não tiveram relação direta com a vida de Senna. A jornalista Laura Harrison, interpretada por Kaya Scodelario, foi um personagem criado para exemplificar a dinâmica do piloto com a mídia. Além disso, há uma narrativa fictícia envolvendo o envolvimento do piloto com uma mulher da realeza de Mônaco, que não possui registros históricos. A produção, por fim, contou com a colaboração da família Senna, que esteve envolvida no desenvolvimento do projeto ao longo dos anos.