1 março 2025
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Protestos Massivos na Grécia Atraem mais de 300 Mil Pessoas

Nesta sexta-feira, 28 de fevereiro, protestos na Grécia reuniram mais de 300 mil pessoas para marcar o segundo aniversário de um trágico acidente ferroviário no país. Os eventos resultaram em confrontos entre manifestantes e a polícia, com jovens lançando pedras contra os agentes de segurança. Durante a confusão, participantes pacíficos abandonaram rapidamente as ruas, buscando abrigo no Parlamento grego, enquanto tropas de choque usaram gás lacrimogêneo para dispersar os encapuzados.

O desastre, ocorrido em 28 de fevereiro de 2023, é considerado o pior acidente ferroviário da história da Grécia, tendo resultado na morte de 57 pessoas, a maioria estudantes, após a colisão de um trem intermunicipal com uma locomotiva de carga na região de Tessália. Especialistas apontam para falhas sistêmicas e descuidos por parte das autoridades como causas do incidente.

Para lembrar esta data, uma greve geral foi realizada em todo o país, impactando os serviços marítimos, ferroviários e aéreos. Profissionais da saúde e da educação participaram da paralisação, enquanto milhares de cidadãos se manifestaram nas ruas em sinal de descontentamento. Teatros e empresas fecharam suas portas em homenagem às vítimas, e estudantes que foram às aulas vestiram preto em luto.

Cerca de 200 cidades e vilas em todo o território grego se uniram aos protestos, que também contaram com manifestações de apoio no exterior, em locais como Canadá e Austrália.

No dia anterior, o líder do partido de oposição Pasok, Nikos Androulakis, acusou o governo de “enganar” a população e de tentar ocultar suas responsabilidades políticas. Além disso, ele anunciou a intenção de apresentar uma moção de desconfiança contra o primeiro-ministro grego, Kyriákos Mitsotákis, que ocupa o cargo desde 2019.

Após o acidente, a área do desastre foi limpa, o que levou à destruição de evidências e à remoção de restos humanos, aumentando as críticas de que o governo estaria encobrindo as causas do ocorrido. Poucos dias depois, as autoridades cobriram a região com cascalho e cimento. Até o momento, não houve processo judicial e ninguém foi responsabilizado.

Na quinta-feira, 27, um relatório de 178 páginas elaborado por um comitê independente, contratado pelas famílias das vítimas, foi divulgado. O documento revelou que, embora a maioria das mortes tenha sido causada pelo impacto da colisão, pelo menos sete pessoas foram incineradas devido a uma explosão subsequente.

O relatório também mencionou uma carga não divulgada de produtos químicos explosivos, considerada uma possível fonte de “combustível desconhecido” que estaria presente em um dos trens. Críticos acreditam que essa substância é ilegal e altamente inflamável.

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