O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 13 votos a 5, o pedido de cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga, do PSOL, em 9 de abril. O parlamentar está em greve de fome há uma semana em protesto contra essa decisão. Glauber enfrenta acusações de quebra de decoro parlamentar por ter agido de forma violenta ao expulsar um manifestante do MBL da Câmara no ano passado. Ele também gerou controvérsia ao se referir ao presidente da Câmara como “ladrões” durante uma sessão. Durante o protesto, o deputado tem se alimentado apenas de bebidas isotônicas e realizado consultas médicas diárias, resultando em uma perda de mais de 4 kg.
O deputado recebe apoio de diversas figuras públicas, incluindo ministros do governo, deputados de várias legendas, movimentos sociais e artistas, como Chico Buarque. Sete ministros, entre eles Gleisi Hoffmann e Sônia Guajajara, visitaram Glauber na Câmara, e um abaixo-assinado contra sua cassação já conseguiu reunir 154 mil assinaturas. Os apoiadores do deputado consideram sua situação como uma forma de perseguição política, especialmente após suas denúncias relacionadas a um esquema de desvio de emendas parlamentares, conhecido como “orçamento secreto”, que envolve o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira.
O PSOL pretende recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) até a próxima terça-feira (22), considerando duas abordagens: um recurso mais extenso e detalhado ou uma peça breve e direta. Além disso, também está sendo avaliada a possibilidade de levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). A cassação já foi aprovada pelo Conselho de Ética, e a decisão agora segue para o plenário da Câmara, onde reverter a situação é considerado mais desafiador.
