A atual edição de uma revista de notícias popular discute a crescente disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), prevista para abrir em 2026. Nos últimos dias, o deputado Elmar Nascimento, do partido União da Bahia, expressou o interesse em concorrer à posição na Corte.
Esta iniciativa, se bem-sucedida, pode alterar as alianças estabelecidas durante as negociações para a nova liderança da Câmara dos Deputados. Durante esses diálogos, o cargo no TCU foi comentado e utilizado como uma estratégia para obter apoio partidário à eleição de Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba.
O PL de Jair Bolsonaro já entrou na disputa, buscando um acordo relacionado à anistia dos envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro. O PT de Luiz Inácio Lula da Silva também decidiu participar da competição, tendo solicitado e recebido a garantia de indicar um candidato ao tribunal como contrapartida. O partido celebrou a perspectiva de, pela primeira vez, ter um representante na Corte e elaborou uma lista de nomes para a posição de futuro ministro.
As negociações para o TCU ocorreram diretamente entre o ex-presidente Arthur Lira, do PP de Alagoas, e o então líder do PT, Odair Cunha, de Minas Gerais, no ano passado. O nome de Cunha é considerado um dos principais para a indicação ao cargo, sendo ele advogado e uma figura de confiança do partido. Além de Cunha, os petistas Gleisi Hoffmann, do Paraná, e José Guimarães, do Ceará, também foram mencionados como possíveis candidatos.
Elmar Nascimento, por sua vez, está buscando apoio para ultrapassar a candidatura petista. Entretanto, essa tentativa é vista com ceticismo e considerada desafiadora, principalmente em razão do acordo existente que envolveu Lira e Motta. Quando indagado, Odair Cunha optou por não comentar a situação, afirmando que a eleição do TCU ainda não está em discussão.
Nos bastidores, membros do PT que participaram das negociações asseguram que não há impedimentos para a apresentação de candidaturas, mas enfatizam a expectativa de que o pacto com Hugo Motta seja honrado. Caso contrário, alertaram que isso representaria uma violação grave de compromisso político.
Elmar Nascimento, que anteriormente era um dos principais candidatos à presidência da Câmara, retirou sua candidatura ao ser deixado de lado na disputa, apesar de ter recebido apoio de oito partidos. Na época, havia a especulação de que sua desistência poderia resultar em uma indicação para o TCU, a qual ele negou firmemente.
Desde então, a trajetória política de Nascimento passou por mudanças significativas após seu primo ser implicado na Operação Overclean, uma investigação da Polícia Federal que investiga um esquema de corrupção relacionado às emendas parlamentares. Durante esta ação, citações ao deputado foram descobertas, o que elevou o caso para o Supremo Tribunal Federal.
Em conversas recentes, Elmar Nascimento afirmou que está sendo alvo de perseguições, manifestou o desgaste com a política e revelou o desejo de encerrar sua carreira parlamentar em favor de uma posição no Tribunal de Contas. Contudo, a batalha jurídica que ele terá pela frente nos próximos meses ou anos poderá ser um obstáculo significativo para essa mudança de carreira.
Por outro lado, Elmar insiste em sua inocência e conta com o apoio de deputados bolsonaristas e do centro, que demonstrariam resistência em apoiar uma candidatura do PT ao TCU.
