A participação da Europa nas negociações de paz sobre a Ucrânia será necessária em um momento futuro, conforme as declarações do presidente russo Vladimir Putin. Em uma entrevista à televisão estatal russa, Putin mencionou que antes de qualquer envolvimento europeu, Moscou deseja estabelecer confiança com Washington, sugerindo que um acordo para encerrar o conflito ainda pode estar distante.
Enquanto isso, a Ucrânia celebra o terceiro aniversário da invasão russa, que resultou na morte de milhares de civis e no deslocamento de milhões. Por outro lado, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a guerra poderia chegar ao fim em algumas semanas, embora não tenha oferecido detalhes adicionais.
Putin destacou que sua conversa com Trump e as mais recentes discussões entre os Estados Unidos e a Rússia em Riad focaram na resolução do conflito na Ucrânia. No entanto, enfatizou que os detalhes ainda não foram minuciosamente discutidos e que ambos os lados apenas concordaram em buscar um caminho conjunto. Ele também afirmou que a participação de países europeus nas negociações não está sendo descartada.
A Ucrânia e seus aliados europeus expressaram descontentamento por não terem sido convidados para a primeira rodada de negociações, realizada na Arábia Saudita. O presidente russo argumentou que a Europa não tinha um papel nas discussões em Riad, já que o foco era aumentar a confiança entre Moscou e Washington. Ele afirmou que, para resolver os problemas complexos relacionados à Ucrânia, é fundamental que tanto a Rússia quanto os Estados Unidos tomem a iniciativa.
Putin ressaltou a importância das próximas rodadas de negociações na construção dessa confiança e afirmou que, eventualmente, a presença de parceiros europeus será lógica para alcançar um consenso sobre o conflito. Ele reiterou que nunca rejeitaram as discussões com os europeus.
Michael Froman, presidente de um think tank dos Estados Unidos, alertou que um acordo de cessar-fogo que prejudique a aliança transatlântica seria um erro. Em suas observações, ele ressaltou que, para garantir a paz por meio da força, seria fundamental que Trump colaborasse com os parceiros europeus, que assumiriam a responsabilidade pela recuperação financeira e econômica da Ucrânia.
Além disso, Putin expressou apreço por uma proposta de discutir cortes significativos nos gastos militares entre a Rússia e os Estados Unidos, sugerindo reduções de até 50%. Ele mencionou que um acordo nesse sentido seria vantajoso, permitindo que ambos os países reduzissem seus orçamentos de defesa de forma equivalente, com a possibilidade da China se juntar ao acordo posteriormente.
Por fim, Putin descartou a ideia de que a mudança na política de Trump em relação à Ucrânia, incluindo críticas ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e sugestões sobre a possível perda de território por Kiev, fosse motivada por emoções. Ele argumentou que Trump agia de maneira lógica e estava livre das limitações impostas por promessas feitas por líderes europeus.