domingo, fevereiro 2, 2025
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Putin se declara disposto a dialogar sobre a Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está disposto a realizar uma conversa telefônica com o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Moscou aguarda apenas a confirmação de Washington, conforme declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta sexta-feira. Este sinal positivo surge mesmo após a primeira ameaça do presidente americano para pressionar o governo russo a pôr fim ao conflito na Ucrânia.

Durante sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, Trump expressou, na quinta-feira, seu desejo de se encontrar com Putin o mais breve possível para encerrar as hostilidades, além de manifestar sua intenção de colaborar para a redução de arsenais nucleares. O Kremlin sinalizou que esta é uma preocupação compartilhada pelo líder russo. Entretanto, um dia antes, Trump havia ameaçado impor tarifas e sanções rigorosas contra a Rússia caso esta não concordasse em participar das negociações.

Sobre a questão da Ucrânia e desarmamento nuclear, Peskov foi questionado se os dois líderes teriam a oportunidade de realizar seu primeiro telefonema neste final de semana, um passo preliminar antes de uma reunião pessoal mais produtiva. Peskov respondeu: “Putin está preparado. Estamos aguardando indicações de Washington. Todos estão prontos. É difícil prever o que pode acontecer. Assim que houver novidades, nós os informaremos.”

Trump, que participou do evento em Davos através de videoconferência, reiterou seu interesse em ações para a desativação de arsenais nucleares, mencionando que acreditava que Rússia e China poderiam se mostrar dispostas a reduzir suas capacidades militares. Peskov, em resposta, ressaltou que Putin expressou seu desejo de reiniciar as negociações de desarmamento o quanto antes. Entretanto, ele afirmou que as discussões precisariam ser mais abrangentes do que no passado, abrangendo também os arsenais nucleares de outras nações, como França e Reino Unido.

“A responsabilidade agora recai sobre os Estados Unidos, que interromperam todos os contatos significativos conosco durante a gestão anterior”, comentou o porta-voz. O Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, conhecido como Novo START, que limita o número de ogivas nucleares que os EUA e a Rússia podem possuir, está programado para expirar em 5 de fevereiro de 2026. Este tratado é o último bastião do controle sobre o arsenal nuclear entre essas duas potências.

Em relação à solicitação de Trump em Davos para que a OPEP e a Arábia Saudita reduzam os preços do petróleo – uma medida que, segundo ele, poderia acelerar o fim da guerra na Ucrânia – Peskov rejeitou essa teoria, sublinhando que o encerramento do conflito está atrelado à entrega de territórios ucranianos à Rússia.

“Este conflito não é influenciado pelos preços do petróleo. A situação decorre da ameaça à segurança nacional da Federação Russa, da proteção dos cidadãos russos em regiões específicas e da recusa clara de americanos e europeus em considerar as preocupações da Rússia”, afirmou.

Sobre os “territórios específicos”, Peskov se referiu a regiões do leste da Ucrânia que a Rússia tomou e anexou desde o início do conflito, ações que foram amplamente condenadas pela comunidade internacional como ilegais. O porta-voz do Kremlin também contestou a afirmação de Trump de que Volodymyr Zelensky estaria disposto a assinar um acordo de paz, lembrando que o presidente ucraniano havia eliminado, em decreto de 2022, a possibilidade de conversações com Putin.

“Para um acordo ser viável, é imprescindível que haja negociações, as quais Zelensky barrou com sua própria decisão”, declarou. Durante esta semana, o líder ucraniano reivindicou a presença de uma força de paz com pelo menos 200 mil soldados europeus para prevenir um novo ataque russo após qualquer trégua acordada.

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