sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Qual é o conteúdo do depoimento de Mauro Cid?

O primeiro testemunho de Mauro Cid foi revelado recentemente. Como é comum nos documentos da Polícia Federal, a redação é remarkably confusa, pouco esclarecedora e cheio de contradições. É fácil traduzir a confusão: entre os apoiadores de Bolsonaro, havia aqueles que acreditavam que a situação estava encerrada (e que era momento de lamentar em casa), e os mais radicais, que defendiam um golpe para manter Bolsonaro no poder.

Os “radicais nutella” desejavam encontrar algo nas urnas que pudesse ser considerado fraude, utilizando isso como justificativa para anular as eleições. Já os “radicais raiz” (embora todo radical seja essencialmente raiz, essa distinção existe) queriam um golpe verdadeiro, com mobilização nas ruas e prisão de autoridades, entre outras ações. Tanto os nutellas quanto os raiz tinham a intenção de desestabilizar o processo democrático.

Cid isentou os generais Paulo Sergio, que participou da campanha para desacreditar as urnas e enfrenta indiciamento; Estevam Theophilo, que seria o responsável pelas tropas do golpe e também está sob investigação; e Júlio César de Arruda, que, na função de comandante do Exército, não acatou a ordem de desmantelar os acampamentos golpistas e recusou revogar a nomeação de Mauro Cid para o BAC, o que ocasionou sua demissão. Para Cid, todos esses militares são legalistas. Os únicos militares que seriam verdadeiramente golpistas, segundo ele, seriam Almir Garnier, Braga Netto, Mario Fernandes e Eduardo Pazuello.

Não surpreende que, após um depoimento como esse, a Polícia Federal tenha exigido que Mauro Cid prestasse mais nove declarações. Cid também isentou Flávio Bolsonaro, o membro da família Bolsonaro que se mostra mais sensato até agora. Os golpistas, segundo seu relato, incluem os generais Braga Netto (indiciado), Mario Fernandes (indiciado), Eduardo Pazuello; os senadores Magno Malta, Jorge Seif e Luiz Carlos Heinze (este último, conhecido por suas opiniões negacionistas em relação às vacinas e levado a receber o título de “racista do ano” por uma organização não governamental); além dos ex-ministros Gilson Machado e Onyx Lorenzoni, do ex-assessor Filipe Martins (também indiciado) e de Eduardo Bolsonaro.

Outro nome mencionado foi o de Michelle Bolsonaro. Sua trajetória é particularmente interessante. Quando começou a ser reconhecida publicamente, foi recebida com muita simpatia. Fez uma aparição na posse vestindo branco, proferiu um discurso em Libras e aparentava ter uma doçura inata, parecendo trazer uma sensação de normalidade a uma família tão diversa e conflituosa.

Entretanto, passaram a aparecer indícios de fanatismo religioso, com manifestações de fala em línguas e comportamentos estranhos. Depois, ela começou a se envolver na política, apoiando a candidatura de André Mendonça ao STF. E, em um deslize, tentou evitar a devolução de um conjunto de joias que havia sido roubado. Agora, é envolvida em um esquema golpista. Que reviravolta impressionante na trajetória dela!

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