A pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada na última sexta-feira, revelou uma significativa queda nos índices de avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O levantamento indicou um recorde negativo, com a avaliação geral do governo apresentando uma diminuição de 11 pontos percentuais em um período de dois meses, alcançando o menor nível registrado ao longo de seus três mandatos. Os resultados também mostraram recuos nos diversos segmentos analisados.
A taxa de avaliação positiva, que considera as respostas de entrevistados que classificam o governo como “ótimo” ou “bom”, revelou uma queda substancial. Entre os 2.007 brasileiros entrevistados em 113 municípios, durante os dias 10 e 11, a avaliação positiva do governo passou de 35%, em dezembro, para 24% em fevereiro. A porcentagem de pessoas que consideram o governo ruim ou péssimo aumentou de 34% para 41%, enquanto o número de cidadãos que consideram o governo regular oscilou de 29% para 32%. A margem de erro para a pesquisa é de dois pontos percentuais, tanto para mais quanto para menos.
Quando a avaliação é segmentada por gênero, a queda na avaliação positiva também é evidente. Em dezembro, 38% das mulheres consideravam o governo petista bom ou ótimo, mas esse índice despencou para 24% em fevereiro, empatando com a avaliação dos homens, que era de 33% no levantamento anterior. A margem de erro nesse contexto é de 3 pontos percentuais.
Analisando a avaliação por cor, todos os grupos (pretos, pardos e brancos) apresentaram queda. Entre as pessoas pretas, o índice caiu de 44% para 29%; entre os pardos, de 36% para 23%; e, entre os brancos, de 29% para 21%. As margens de erro variam, sendo de 3 pontos percentuais entre pardos, 4 pontos entre brancos e 6 pontos entre pretos.
Com relação à renda, a avaliação do governo também sofreu declínios em todos os níveis. A melhor avaliação do presidente continua sendo entre aqueles que recebem até dois salários mínimos, mas a taxa caiu de 44%, em dezembro, para 29%. O índice de avaliação para quem ganha entre 2 a 5 salários mínimos despencou de 26% para 17%, enquanto aqueles que ganham de 5 a 10 salários mínimos e mais de 10 salários mínimos mantiveram uma avaliação de 18%, caindo de 25% e 32%, respectivamente, em dezembro. A margem de erro nesta categoria é de três pontos percentuais entre os mais pobres e até 12 pontos entre os mais ricos.
No recorte religioso, a avaliação do presidente também caiu, especialmente entre os católicos, que apresentaram uma queda de 14 pontos percentuais, passando de 42% em dezembro para 28% agora. No grupo evangélico, a avaliação passou de 26% para 21%, com uma margem de erro de 3 pontos percentuais entre os católicos e 6 entre os evangélicos.