3 março 2025
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Reino Unido e França Demandam Ceasefire Parcial em Conflito Atual

A França e o Reino Unido estão propondo uma trégua parcial de um mês entre a Rússia e a Ucrânia, que abrangeria ataques aéreos, marítimos e ações contra infraestruturas de energia. A informação foi divulgada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, no dia 3 de outubro. No entanto, esse acordo não abrangeria os combates em terra.

Essa declaração segue um encontro complicado entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acabou por impulsionar uma nova movimentação diplomática na Europa em relação à Ucrânia. Na reunião na Casa Branca, Zelensky afirmou que seu país se sente “sozinho” e necessita de “garantias de segurança”. Em resposta, Trump acusou Zelensky de ser “ingrato” e afirmou que a Ucrânia “não está vencendo” a guerra.

O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, afirmou que uma trégua que abrangesse a infraestrutura aérea, marítima e energética permitiria avaliar se o presidente russo, Vladimir Putin, está agindo de boa fé ao se comprometer com a trégua. Barrot destacou que isso poderia abrir caminho para negociações de paz genuínas.

Após uma reunião entre líderes europeus, Macron e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, mencionaram alguns detalhes da proposta, que ainda precisa de esclarecimentos, como a supervisão de ataques. Um diplomata europeu comentou que a implementação da trégua só seria viável com o envolvimento da OTAN, ou ao menos sob seu comando, e mencionou a necessidade de sistemas de defesa como os mísseis Patriot, que a Ucrânia não possui. Além disso, destacou a importância de um diálogo com a Rússia para evitar ataques em larga escala.

Segundo Starmer, o conflito já dura três anos e é necessário buscar a paz duradoura. Em entrevista à BBC, ele mencionou que “mais um ou dois países” podem aderir à proposta diplomática que será apresentada aos Estados Unidos. Starmer também enfatizou que o presidente russo, Vladimir Putin, é “não confiável” e que um resultado indesejado seria uma pausa temporária no conflito, seguida por um retorno das hostilidades.

No entanto, Starmer não abordou como a proposta lidaria com as regiões ocupadas pela Rússia na fronteira com a Ucrânia ou a situação indefinida da Crimeia, que foi anexada pela Rússia em 2014. A questão da devolução de territórios ucranianos é considerada central nas negociações para o término da crise no leste europeu.

Em relação à postura dos Estados Unidos, Starmer expressou desconforto ao assistir ao encontro entre Trump e Zelensky, mas reconheceu que o presidente americano também deseja negociar a paz na Ucrânia. Trump, que manteve uma relação próxima com Putin durante seu primeiro mandato e novamente elogiou o líder russo após sua reeleição, tem manifestado preocupação com o custo dos auxílios militares e humanitários à Ucrânia.

Desde o início da guerra em fevereiro de 2022, o governo dos Estados Unidos desembolsou aproximadamente 183 bilhões de dólares em apoio à Ucrânia, de acordo com o Pentágono. Outras estimativas, como as do think tank alemão Kiel Institute, apontam valores ao redor de 120 bilhões de dólares, enquanto Trump afirma que o montante ultrapassa 350 bilhões durante a presidência de Joe Biden.

Nesta mesma data, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, declarou em entrevista a uma emissora local que as políticas externas dos EUA sob Trump estão alinhadas aos interesses da Rússia, ressaltando que a nova administração dos EUA está rapidamente alterando suas diretrizes de política externa, que coincidem em grande parte com a perspectiva russa.

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