O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, informou que o Reino Unido cooperará com a França e a Ucrânia para desenvolver um plano permanente de cessar-fogo em meio ao conflito com a Rússia. O comunicado foi feito no último domingo, durante uma conferência de defesa que reuniu líderes europeus em Londres. Starmer enfatizou a necessidade de alcançar uma paz duradoura após três anos de conflito violento, mencionando que “um ou dois países adicionais” poderão se unir à iniciativa, que será apresentada aos Estados Unidos. Ele caracterizou o presidente russo, Vladimir Putin, como “não confiável” e alertou que o cenário mais preocupante seria uma pausa temporária seguida de uma nova ofensiva russa.
Apesar do anúncio, Starmer não forneceu detalhes sobre como o plano abordará as áreas já ocupadas pela Rússia ou a incerteza em torno da Crimeia, anexa pela Rússia desde 2014. A questão do status territorial da Ucrânia é considerada crucial para as negociações visando o término do conflito no leste europeu.
A proposta conjunta entre os três países surgiu após uma polêmica troca de palavras entre os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e dos EUA, Donald Trump, durante uma reunião na Casa Branca. Zelensky expressou a necessidade de “garantias de segurança”, afirmando que seu país se encontra “sozinho”, ao que Trump respondeu com críticas, alegando que a Ucrânia não estavaprogredindo na guerra e que o líder ucraniano parecia “ingrato”.
Sobre a situação dos Estados Unidos, Starmer revelou ter se sentido “desconfortável” ao observar a interação entre Trump e Zelensky, mas observou que o presidente americano também busca negociar a paz na Ucrânia. Trump, que cultivou laços com Putin durante seu primeiro mandato e continuou a elogiá-lo, tem responsabilizado a assistência financeira e militar à Ucrânia pelo aumento da dívida pública dos EUA.
Desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, o governo americano investiu cerca de 183 bilhões de dólares em apoio à Ucrânia, conforme dados do Pentágono. Outras estimativas, como as do Instituto Kiel, sugerem um valor em torno de 120 bilhões de dólares, enquanto Trump afirma que os gastos superaram 350 bilhões durante a administração de Joe Biden.
No mesmo dia, Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, declarou em entrevista a um canal local que as estratégias de política externa dos EUA sob Trump estão alinhadas aos interesses da Rússia. Peskov observou que a nova administração americana está rapidamente alterando suas diretrizes de política externa, de forma que coincidem significativamente com a visão russa.