24 abril 2025
HomePolíticaRelator Rejeita Apelação de Glauber na CCJ; Cassação Avança para o Plenário

Relator Rejeita Apelação de Glauber na CCJ; Cassação Avança para o Plenário

O deputado federal Alex Manente, do partido Cidadania de São Paulo, dispensou o recurso apresentado por Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro. O recurso foi direcionado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, contestando a decisão do Conselho de Ética que recomendou a cassação do mandato de Braga. Manente, que atua como relator do caso, argumentou que não é pertinente reavaliar o mérito da decisão, uma vez que já foi analisado pelo Conselho de Ética, e sua análise se concentrou em eventuais falhas de procedimento.

Na fundamentação do recurso, Glauber Braga defendeu sua conduta como uma “reação proporcional” após agredir um membro do Movimento Brasil Livre (MBL), que teria ofendido sua mãe. Ele também alegou ser alvo de perseguição pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira. Contudo, Manente refutou esses argumentos, afirmando que a CCJ não deve reexame da valoração das provas ou da motivação da punição, o que foge da competência dessa comissão.

O processo contra Glauber foi instaurado no Conselho de Ética em 2024, após um incidente em que o parlamentar lançou chutes contra o influenciador Gabriel Costenaro no plenário. Após a decisão do Conselho de Ética, Glauber iniciou uma greve de fome, passando a pernoitar no plenário 5 da Câmara, o mesmo local onde sua cassação foi aprovada. A greve durou nove dias e foi suspensa em um acordo com o atual presidente da Câmara, Hugo Motta, que garantiu que a votação referente ao seu caso ocorreria apenas no segundo semestre.

A votação na CCJ representa um passo significativo em direção à possível perda do mandato de Glauber, seguida por uma votação final em plenário, onde todos os deputados terão a oportunidade de se manifestar. Também pendente está a análise de outro caso no Conselho de Ética, referente ao deputado Chiquinho Brazão, que enfrenta acusações graves, incluindo ser o suposto mandante do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, com seu mandato já tendo sido cassado.

Apesar de estar preso preventivamente, Brazão ainda exerce seu mandato parlamentar e, desde março do ano passado, gerou custos superiores a R$ 1,8 milhão aos cofres da Câmara. No contexto mais amplo, discussões sobre a possível cassação de Glauber continuam entre as lideranças da oposição. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, consultou o senador Ciro Nogueira sobre a situação do parlamentar, e Nogueira, aliado de Motta e Lira, respondeu afirmativamente quando questionado sobre a probabilidade da cassação de Glauber.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!