O senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, divulgou nesta quinta-feira sua intenção de visitar o deputado Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, que enfrenta um parecer pela cassação de seu mandato aprovado no Conselho de Ética da Câmara. A declaração de Calheiros inclui críticas indiretas ao presidente da Câmara, Arthur Lira, a quem aliados de Glauber acusam de manipular a situação para garantir um resultado favorável à cassação do parlamentar. Glauber Braga, que já havia se manifestado de forma contundente contra Lira, inclusive chamando-o de “bandido”, prestou depoimento à Polícia Federal em um inquérito que investiga a destinação de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão durante a presidência do alagoano.
Em resposta ao parecer, Glauber tornou-se um ativista de sua própria causa, iniciando uma greve de fome em 9 de abril, como forma de protesto. Apesar disso, o presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, informou a mediação de um acordo com a deputada Sâmia Bomfim e o líder do PT, Lindbergh Farias, para que o deputado retorne à alimentação.
Renan Calheiros, em um vídeo que anunciou sua visita, descreveu o processo enfrentado por Glauber como um “processo inquisitorial”, que é caracterizado por ações secretas e desonestas. Ele criticou a prática de atacar individualmente os opositores de forma dissimulada e covarde. O senador correlacionou essa estratégia com outras ações que, segundo ele, visam prejudicar adversários políticos, enfatizando que tais táticas são deploráveis e refletem um desprezo pela ética.
Ao finalizar sua gravação, Renan enfatizou que a história julgará severamente aqueles que se omitem e será generosa com aqueles que lutam pela justiça. Ele reafirmou que a defesa do deputado Glauber Braga é, na verdade, uma defesa dos princípios democráticos fundamentais.