O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou recentemente a abordagem da política externa dos Estados Unidos, particularmente em relação ao governo do ex-presidente Donald Trump. Lula afirmou que Trump comete “anomalias” em suas intervenções sobre a soberania de nações. Em uma entrevista a uma emissora de rádio da Bahia, Lula destacou que, embora respeite a eleição de Trump, eleito pelo povo americano, ele não foi autorizado a interferir nos assuntos globais.
Ao ser questionado sobre a proposta de Trump de deslocar a população da Faixa de Gaza, Lula declarou que o governo dos EUA trata os palestinos com descaso e reforçou que a ofensiva israelense contra o Hamas configura um genocídio. O presidente enfatizou que é inaceitável pensar em ocupar a Palestina para desenvolver uma “Riviera”, argumentando que não se pode construir um lugar atrativo sobre as perdas de tantas vidas, incluindo mulheres e crianças.
Lula também abordou a imagem que os Estados Unidos promovem de si mesmos como defensores da democracia e pontos de referência global. Ele rotulou as declarações de Trump sobre ocupar países como “provocações” e fez referências a possíveis futuras intervenções americanas em outras regiões, como o canal do Panamá e a Groenlândia, além de sua postura em relação ao povo palestino.
Recentemente, Trump se encontrou em Washington com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, onde o presidente americano sugeriu a possibilidade de os EUA ocuparem a Faixa de Gaza. Sua proposta inclui a realocação dos palestinos de Gaza para países árabes vizinhos, como Egito e Jordânia, com a intenção de integrar a região a um plano americano de reconstrução. A meta seria estabelecer uma nova área de desenvolvimento na Palestina, descrita como uma “Riviera do Oriente Médio”.
Netanyahu, que é um dos principais aliados de Trump, elogiou a proposta, considerando-o o melhor amigo que Israel já teve na presidência dos Estados Unidos. O conflito na Faixa de Gaza, entre o Hamas e as forças israelenses, que recebem apoio financeiro americano, se estende por mais de quinze meses. Estima-se que as hostilidades resultaram na morte de cerca de 61.000 palestinos, com 111.000 feridos, enquanto as perdas do lado israelense contabilizam aproximadamente 1.139 mortes e 8.730 feridos.