14 abril 2025
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Revelações Impactantes de um Amigo Próximo de John e Yoko

Em 1971, aos 26 anos, o radialista americano Elliot Mintz teve a oportunidade de ouvir o álbum “Fly”, de Yoko Ono. Impactado pelo som experimental da artista, então com 38 anos, decidiu entrevistá-la ao vivo em seu programa de rádio. Durante os quarenta minutos de transmissão, discutiram a carreira de Ono, que afirmou: “Um artista não precisa de talento, mas sim de uma forma de pensar”. Além disso, abordaram questões cotidianas, como o comportamento dos cães, e tópicos mais profundos, como a busca pela paz mundial. Curiosamente, o tema John Lennon, ex-integrante dos Beatles e esposo de Yoko, não foi mencionado. Mintz, ao relembrar a experiência, reconhece que a entrevista não foi particularmente impactante, mas isso acabou levando a uma amizade que se desenvolveria ao longo dos anos. No dia seguinte, Yoko ligou para Mintz, agradecendo-o por não ter trazido Lennon à conversa, comentando que outros entrevistadores sempre se concentravam no ex-beatle. A conversa continuou por mais quarenta minutos, e Yoko ligou diariamente, muitas vezes para discutir livros que tinha lido. Com o tempo, John Lennon também passou a ligar, interessado em informações sobre injeções para emagrecimento, uma de suas obsessões na época. Essa relação se manteve até a morte de Lennon, em 1980, e hoje Mintz continua a manter contato com Yoko, que tem 92 anos.

Mintz, discreto, manteve os detalhes dessa amizade em sigilo por décadas até decidir compartilhá-los em seu livro “John, Yoko e Eu”. Nele, descreve experiências extraordinárias que viveu com o famoso casal, a partir do momento em que instalou uma linha telefônica exclusiva em sua casa para atender Yoko e John. A decisão de publicar o livro foi incentivada pelo filho do casal, Sean, que fez Mintz se sentir à vontade para revelar momentos privados e oferecer um olhar raro sobre a vida íntima de Lennon. Em uma de suas primeiras impressões, Mintz descreve Lennon como “um dos seres humanos mais brancos que já vi”, recordando o dia em que o encontrou de sunga à beira da piscina em um rancho na Califórnia, onde o casal estava se recuperando do vício em drogas.

Em uma entrevista, Mintz expressou curiosidade sobre o motivo de ter conquistado a confiança de Yoko e John. Ele reflete que sua disponibilidade e disposição para ouvir poderiam ser fatores que contribuíram para essa relação. Segundo ele, a amizade floresceu em um ambiente de sigilo, onde as conversas não saíam da privacidade e eram respeitadas. A maioria das conversas significativas ocorreu no edifício Dakota, em Nova York, onde Lennon foi assassinado em 1980. Durante um aeroporto natalino melancólico com Paul McCartney, Mintz presenciou um diálogo revelador entre os dois músicos sobre suas prioridades na música e na vida familiar. Lennon revelou que estava se dedicando ao filho Sean, enquanto McCartney expressou sua paixão pela música. Mintz mencionou que essa poderia ter sido uma oportunidade histórica, caso Lennon tivesse decidido tocar violão e compor com Paul naquele momento.

A amizade entre Mintz e o casal se manteve mesmo após a breve separação de Lennon e Yoko, durante um período em que o ex-beatle se entregou às drogas. Mintz atuou como intermediário na reconciliação do casal e foi testemunha de desentendimentos no estúdio de gravação ao lado do produtor Phil Spector. Após o assassinato de Lennon, Mintz assumiu um novo papel ao ser designado por Yoko para administrar a memorabilia do músico. Ele foi responsável por receber do hospital os itens pessoais de Lennon, incluindo suas roupas e óculos no momento da morte.

O trabalho de Mintz em preservar a memória de Lennon resultou na descoberta de música inedita. Após revisar centenas de fitas cassete, ele encontrou “Free as a Bird”, uma composição de Lennon que acabaria sendo lançada como a última canção dos Beatles. Mintz descreve a música como “boa” e reflete sobre a amizade que ultrapassava a busca pela paz e amor, revelando a profundidade da ligação que existia entre o casal e ele.

Mintz, agora com 80 anos, compartilha que tanto Lennon quanto Yoko eram engraçados e espirituosos em seu convívio pessoal, embora por vezes fossem melancólicos. Lennon era um comunicador excepcional, enquanto Yoko se destacava pela sua abordagem poética e otimista. Mintz destaca o papel intrínseco de Yoko na vida de Lennon, considerando-a uma figura incompreendida, cuja influência e parceria foram fundamentais em sua trajetória. Essa amizade especial resultou em momentos únicos que permanecerão para sempre na memória de Mintz.

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