A Roche, uma importante empresa do setor farmacêutico, anunciou um significativo aumento em seus investimentos nos Estados Unidos em resposta às recentes propostas de tarifas sobre importações do setor, divulgadas pelo presidente americano Donald Trump. Em um comunicado emitido na manhã do dia 22 de abril, a empresa suíça informou que planeja investir US$ 50 bilhões no mercado norte-americano nos próximos cinco anos, uma ação que visa a criação de mais de 12 mil empregos no país.
Atualmente, a Roche opera 13 fábricas e 15 centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) nos Estados Unidos, empregando mais de 25 mil trabalhadores. O novo investimento acrescentará novos recursos a essa infraestrutura já estabelecida. Parte do aporte financeiro será direcionada à expansão e modernização das capacidades de produção e distribuição dos medicamentos e diagnósticos fabricados pela Roche em várias instalações, localizadas nos estados do Kentucky, Indiana, Nova Jersey, Oregon e Califórnia.
Além disso, os recursos também contemplarão a construção de uma nova unidade de produção de terapia genética na Pensilvânia, uma fábrica de monitoramento contínuo de glicose em Indiana e uma nova planta destinada a medicamentos para perda de peso, cuja localização ainda será anunciada. No campo da pesquisa e desenvolvimento, destacam-se um novo centro em Massachusetts, que utilizará inteligência artificial e se concentrará nas áreas cardiovascular, renal e de metabolismo, além da expansão de unidades em Arizona, Indiana e Califórnia.
O comunicado da Roche indicou que, assim que esses projetos forem implementados, a empresa passará a exportar mais medicamentos dos Estados Unidos do que o volume que importa. Também foi ressaltado que a divisão americana de diagnósticos da Roche já apresenta um superávit de exportação.
A importância do mercado americano para a Roche pode ser evidenciada pelo fato de que, em 2024, os Estados Unidos representaram 53,6% da receita total de 46,1 bilhões de francos suíços (aproximadamente US$ 57 bilhões) da sua divisão farmacêutica. O investimento anunciado recentemente é parte de uma tendência observada entre outras companhias do setor farmacêutico, que também estão aumentando seus aportes em resposta às tarifas propostas e a uma investigação recente sobre importações do setor.
Por exemplo, em abril, a Novartis informou um plano de investimentos de US$ 23 bilhões para expandir suas operações nos Estados Unidos, o que inclui a construção de seis novas fábricas, a ampliação de quatro unidades existentes e a criação de mais de 4 mil empregos. Em um movimento semelhante, a Johnson & Johnson anunciou um investimento de US$ 55 bilhões nos próximos quatro anos, marcando um aumento de 25% em relação aos recursos destinados ao país, e seus planos incluem a construção de quatro novas fábricas.
Ademais, em fevereiro, a Eli Lilly já havia revelado um projeto de investimentos de US$ 27 bilhões para a construção de quatro novas fábricas nos Estados Unidos, planejadas para serem erguidas ao longo dos próximos cinco anos, com a expectativa de gerar mais de 13 mil novos postos de trabalho.
