O julgamento do ex-presidente da Real Federação de Futebol da Espanha, Luis Rubiales, foi concluído na última sexta-feira (14) e um veredito deverá ser anunciado nas próximas semanas. Rubiales, de 47 anos, enfrenta acusações de agressão sexual, relacionadas ao beijo que deu na jogadora Jennifer Hermoso, além de tentativas de coagi-la – com a assistência de três ex-funcionários da federação – a declarar publicamente que o beijo ocorrido na cerimônia de premiação da Copa do Mundo Feminina de 2023 foi consensual.
Durante a fase final do julgamento, o advogado de Hermoso, Angel Chavarria, argumentou que o beijo teve um impacto profundo na vítima, estigmatizando-a tanto em seu país quanto no exterior. Por outro lado, a advogada de Rubiales, Olga Tubau, pediu a absolvição de seu cliente, afirmando que o incidente não deve ser classificado como um crime. O ato foi testemunhado por milhões de telespectadores e por um estádio cheio, após a seleção feminina da Espanha conquistar a Copa do Mundo de 2023. A controvérsia subsequente fomentou o movimento “Me Too” no futebol feminino espanhol, onde as jogadoras têm buscado combater o sexismo e afirmar a igualdade em relação aos jogadores masculinos.
A promotoria pleiteia uma pena de dois anos e meio de prisão para Rubiales. Na Espanha, sentenças inferiores a dois anos geralmente permitem que os condenados evitem o encarceramento, mediante o pagamento de uma indenização, desde que não tenham antecedentes criminais. Além de Rubiales, o ex-treinador da seleção feminina, Jorge Vilda; o ex-diretor esportivo da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Albert Luque; e o ex-chefe de marketing da RFEF, Ruben Rivera, também estão sendo processados por suas supostas responsabilidades em pressionar Hermoso. Todos eles negam as acusações.
