A Rússia conduziu ataques aéreos massivos contra a infraestrutura energética da Ucrânia, conforme declarado por autoridades locais nesta sexta-feira, 7. Os bombardeios envolveram o uso de 67 mísseis e quase duzentos drones. Este ataque ocorreu poucas horas após o anúncio do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que irá manter discussões com os Estados Unidos sobre o fim do conflito em seu país na próxima semana.
O ministro da Energia da Ucrânia, Herman Halushchenko, informou por meio de uma postagem em uma rede social que o país foi alvo de um ataque massivo envolvendo mísseis e drones. Ele relatou que pelo menos 10 pessoas, incluindo uma criança, foram feridas. A Força Aérea da Ucrânia conseguiu interceptar 34 mísseis e 100 drones, enquanto outros 10 mísseis falharam em atingir seus alvos e 86 drones desapareceram do radar.
Halushchenko afirmou que as ações da Rússia visam prejudicar os cidadãos ucranianos ao atacar instalações de produção de energia e gás, com o objetivo de privar a população de eletricidade e aquecimento, causando assim um grande impacto na vida cotidiana.
De acordo com a DTEK, principal produtora privada de gás da Ucrânia, o ataque realizado na madrugada desta sexta-feira foi o sexto contra suas instalações nos últimos 17 dias. Pela primeira vez, a Ucrânia utilizou aeronaves de combate francesas Mirage-2000, recebidas há um mês, além de caças F-16 de fabricação americana, em sua tentativa de interceptar os mísseis.
Ataques à rede elétrica da Ucrânia têm sido uma constante ao longo da guerra, resultando na redução da capacidade de geração de eletricidade, no corte de fornecimento de água e na interrupção de sistemas de aquecimento, que são essenciais durante os meses mais frios, quando as temperaturas podem cair bastante. Autoridades ucranianas acusam Moscou de transformar o inverno em uma arma com o intuito de desestabilizar o moral dos civis.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a infraestrutura energética é um alvo legítimo durante a guerra, pois está diretamente ligada ao complexo industrial militar da Ucrânia e à produção de armamentos. O Ministério da Defesa da Rússia também anunciou que suas defesas aéreas conseguiram derrubar 39 drones ucranianos na noite anterior.
A continuidade da assistência militar dos Estados Unidos à Ucrânia, considerada vital para a resistência do país, é incerta, especialmente com o atual governo liderado pelo presidente Donald Trump. O presidente americano havia interrompido a ajuda militar como uma forma de pressionar Zelensky a negociar um acordo.
Durante um discurso em 6 de março, Zelensky anunciou que iria à Arábia Saudita na próxima segunda-feira, 10, para se encontrar com o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman, enquanto sua equipe permaneceria no país para manter discussões com autoridades dos Estados Unidos. O presidente ucraniano também apoiou um plano da União Europeia, apresentado durante uma cúpula em Bruxelas, para fortalecer as defesas do continente, expressando otimismo de que parte dos novos investimentos poderia ser direcionada para fortalecer a própria indústria de defesa da Ucrânia.