A segunda noite de desfiles na Marquês de Sapucaí foi marcada por dificuldades técnicas em várias escolas de samba. A Unidos da Tijuca, que iniciou seu desfile pontualmente às 22h, prestou uma homenagem ao orixá Logun Edé. Apesar das lojas e do enredo aguardado pela comunidade do Borel, a apresentação não teve grandes impactos nas alegorias e o samba foi considerado mediano. A ausência de Anitta, uma das compositoras do samba, e a falta da rainha da bateria, Lexa, que se afastou por questões de saúde após a perda de sua filha, contribuíram para a expectativa não ser plenamente realizada. A escola provavelmente não conseguirá se posicionar entre as campeãs.
Em sequência, a Beija-Flor de Nilópolis emocionou com uma homenagem ao diretor e carnavalesco Laíla, que faleceu em 2021 devido a complicações da Covid-19. O desfile destacou a religiosidade de Laíla e trouxe a garra caracterizada das apresentações da escola. No entanto, a falta de destaques em duas alegorias pode afetar o desempenho esperado no campeonato.
O Salgueiro, por sua vez, trouxe um enredo envolvendo o misticismo relacionado às crenças do corpo fechado, exibindo grande apuro estético em suas alegorias e fantasias. O samba animou as arquibancadas, especialmente com a performance do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. A artista Marcella Alves, que se envolveu em polêmicas durante o pré-Carnaval, não apresentou sinais de que isso a afetou durante o desfile, e o presidente da Viradouro, Marcelinho Calil, a acompanhou.
Encerrando a noite, a Vila Isabel apresentou um enredo que recebeu críticas de sambistas, abordando mitos e assombrações do folclore nacional em uma fusão com personagens do cinema americano. A escola surpreendeu ao incluir uma alegoria de Halloween e integrantes fantasiados, além de chamar a atenção ao usar trajes indígenas. O abre-alas, que exibia Martinho da Vila em cima de uma caveira, também gerou controvérsia, especialmente em função da falta de entusiasmo do cantor em relação ao enredo de Paulo Barros. O samba foi considerado um dos mais fracos e não conseguiu engajar o público.
Um dos momentos mais destacados da noite foi a passagem de Sabrina Sato, que novamente conseguiu animar a bateria. Contudo, o enredo confuso e sem linearidade pode comprometer a posição da escola em futuras classificações. Assim, a expectativa para a terceira noite de desfiles, marcada para esta terça-feira, 4, continua elevada, uma vez que a competição se encontra indefinida. Até o momento, nenhuma escola se destacou como uma potencial campeã, mas Mocidade, Portela, Grande Rio e Paraíso do Tuiuti esperam fazer belas apresentações.
