Dentre os seis auxiliares de alto escalão nomeados pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, no início do governo Lula, apenas um permanece no cargo, após dois anos e quatro meses: o secretário-executivo, Gustavo Guimarães. Os demais secretários – Sérgio Firpo (Monitoramento e Avaliação), Renata Amaral (Assuntos Internacionais), Leany Lemos (Planejamento), Paulo Bijos (Orçamento) e Totó Parente (Relações Institucionais) – já deixaram seus postos. A saída mais recente ocorreu na quarta-feira, quando Firpo anunciou sua saída.
Conforme informações obtidas, Firpo já manifestava o desejo de deixar o cargo há algum tempo. Sua insatisfação se deve à dificuldade do governo em converter revisões orçamentárias em melhorias palpáveis. Não foi apenas ele que decidiu deixar seu posto insatisfeito; relatos indicam que outros auxiliares também enfrentaram frustrações relacionadas à execução das agendas do Ministério. Desde o início do mandato, uma ala do Ministério expressa preocupação com o “imediatismo” que caracteriza o trabalho da pasta, o que tem prejudicado o desenvolvimento de planejamentos de médio e longo prazo. Apesar dessas dificuldades, a autonomia da equipe é vista como um aspecto positivo na gestão de Tebet.
Embora a equipe escolhida por Simone Tebet seja tecnicamente reconhecida, existe uma limitação na articulação política da pasta dentro do governo Lula. O fato de a ministra ser filiada ao MDB contribui para o isolamento do setor de Planejamento nas negociações centrais do governo, dificultando a sua inserção nas decisões estratégicas, que permanecem nas mãos de figuras como Gleisi Hoffman, Rui Costa e Fernando Haddad. Oficialmente, Totó Parente deixou o cargo por questões pessoais; Renata Amaral aceitou uma posição no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Leany Lemos mudou-se para o setor privado; e Paulo Bijos foi convocado a retornar à Câmara dos Deputados.
