segunda-feira, fevereiro 3, 2025
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Sisu gera polêmica em momento crítico para estudantes

Detentor de uma das áreas mais bem avaliadas durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Educação, Camilo Santana, tem enfrentado uma série de desafios desde que seu nome começou a ser cogitado para uma possível sucessão do atual presidente. O primeiro golpe veio na última semana, quando o programa Pé-de-Meia, que oferece bolsas a estudantes do Ensino Médio, passou a ser alvo do Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte decidiu bloquear 6 bilhões de reais do programa, alegando que haveria uma suposta manobra fiscal para redirecionar recursos do orçamento inicialmente destinado a outras áreas. O governo está buscando reverter essa decisão, mas o surgimento dessa situação já foi mais do que suficiente para unir a oposição, que alega possuir cem assinaturas para solicitar o impeachment de Lula por crime de responsabilidade. Além do afastamento do presidente, o deputado federal Kim Kataguiri chegou a solicitar o impeachment do próprio Camilo e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Na semana passada, mais um revés para a gestão de Camilo. O MEC atrasou a divulgação da lista de aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025 para as universidades públicas, o que gerou revolta em milhares de candidatos, que expressaram sua insatisfação nas redes sociais. O ministério anunciou que decidiria prorrogar o calendário até 3 de fevereiro, enquanto o prazo original era 31 de janeiro. Os resultados, que deveriam ter sido revelados no domingo, 26, foram adiados para o dia seguinte e, mesmo assim, na divulgação inicial, não havia informações sobre a posição dos alunos na lista de espera.

Ainda é incerto o quanto esses episódios afetarão, de fato, o governo e a administração de Camilo Santana no MEC. No entanto, é inegável que essas questões desgastam uma trajetória que até então era ascendente.

Uma recente reportagem destacou que, entre os nomes que emergem como opções para suceder Lula, Camilo Santana se destaca como o mais favorável. Ele começou a ser considerado como uma alternativa viável principalmente pelos integrantes da ala de Gleisi Hoffmann, que rivaliza internamente com Haddad, o principal “concorrente” para o cargo. O ministro da Educação possui suas armas nessa disputa. Uma pesquisa realizada em dezembro constatou que a educação é avaliada positivamente por 37% do eleitorado, como regular por 27%, e como ruim ou péssima por 34%. Embora os números não sejam ideais, a educação é a única área entre as nove analisadas onde a avaliação positiva ultrapassa a negativa.

Outra importante vantagem para Camilo é o programa Pé-de-Meia, que já se estabeleceu como o quinto maior programa social do governo, alcançando 4 milhões de beneficiários e 12,5 bilhões de reais desembolsados em 2024. Lançada em 2023, essa iniciativa somente perde em recursos para o Bolsa Família, BPC, Seguro-Desemprego e Abono Salarial, superando outras como o Auxílio Gás e o Farmácia Popular. O sucesso foi tão significativo que o governo já iniciou sua expansão, por meio de duas novas modalidades criadas com o intuito de aumentar o número de professores na rede pública.

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