O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realizou uma reunião com os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, com o intuito de discutir a proposta de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Essa proposta foi apresentada na semana anterior como uma medida para aumentar a arrecadação e equilibrar as contas públicas. Durante a reunião, Haddad ressaltou que a operação da máquina pública poderia ser prejudicada sem este aumento, que visa garantir a saúde fiscal do governo. O plano inclui cortes orçamentários de R$ 30 bilhões e a busca por R$ 20 bilhões em receitas adicionais para cumprir as metas fiscais estipuladas. O ministro alertou sobre as consequências de não aprovar a proposta, que poderiam resultar em um contingenciamento ainda mais severo nos gastos públicos.
Haddad detalhou que os cortes seriam compostos por R$ 10 bilhões em bloqueio e R$ 20 bilhões em contingenciamento, juntamente com a necessidade de levantar R$ 20 bilhões a mais para cumprir as metas. Ele enfatizou o risco que a rejeição da medida traria, colocando a operação do Estado em uma posição delicada. Apesar das conversas realizadas, não houve garantias por parte dos presidentes sobre a inclusão dos mais de 20 Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) que buscam reverter o aumento do imposto. Embora Motta tenha considerado a decisão infeliz, sugeriu que o foco deveria estar em alternativas estruturais. Alcolumbre, por sua vez, criticou a iniciativa governamental, afirmando que ela interferia nos poderes do Legislativo.
Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, expressou suas dúvidas quanto à pauta dos PDLs na próxima semana. Ele mencionou que a equipe da Fazenda recebeu propostas de representantes do setor bancário e dos presidentes das casas legislativas, mas não divulgou detalhes sobre essas sugestões.
A proposta de aumento do IOF tem gerado insatisfação em diversos segmentos, incluindo parlamentares e empresários que apoiam o governo. A medida é percebida como uma tentativa de enfrentar a crise fiscal, mas enfrenta considerável resistência no Congresso e entre os agentes econômicos.