Hamdan Ballal, codiretor do documentário vencedor do Oscar No Other Land, que retrata os horrores da guerra em Gaza, relatou ter enfrentado uma situação aterrorizante ao ser espancado por colonos e soldados israelenses antes de sua prisão na segunda-feira na Cisjordânia ocupada. Durante uma entrevista a um veículo de comunicação britânico, Ballal descreveu como foi cercado por dois soldados enquanto um colono o agrediu violentamente na cabeça, ameaçando-o com uma arma dentro de sua residência.
Ballal comentou que a agressão foi uma resposta ao sucesso de seu filme, mencionando que ouviu os soldados se divertindo enquanto o atacavam e citando referências à premiação do Oscar. Após ser preso, ele foi libertado um dia depois pela equipe do Exército israelense. De acordo com um colaborador da produção, Ballal finalmente conseguiu retornar para casa com sua família após passar a noite algemado e agredido em uma base militar.
Na segunda-feira, Ballal recebeu a informação de que colonos haviam invadido sua aldeia e decidiu registrar o que estava ocorrendo. Ele relatou ter tirado algumas fotos, mas ao perceber a escalada da agressividade por parte dos colonos, ficou preocupado com a segurança de sua família em casa. Ele se apressou para alertar sua esposa e filhos, pedindo que eles se trancassem para evitar qualquer ataque em sua ausência.
No entanto, a tentativa de se afastar da confusão não teve sucesso, pois um colono, sob a supervisão de dois soldados israelenses, se dirigiu diretamente à casa de Ballal. Para evitar que outras pessoas defendessem Ballal, os soldados dispararam para o alto. O cineasta descreveu a violência que sofreu, apontando que os soldados o agrediram enquanto o colono o atacava. Segundo Ballal, o soldado também disparou uma arma e fez uma ameaça implícita a respeito das consequências que ele poderia enfrentar.
Posteriormente, tanto Ballal quanto outros dois palestinos detidos foram transportados em um veículo militar para uma delegacia de polícia no assentamento de Kiryat Arba, onde foram mantidos passando a noite no chão. De acordo com a advogada que representou Ballal, os detidos receberam cuidados médicos mínimos em relação às lesões ocasionadas pela agressão.
