19 abril 2025
HomeCotidianoSogra Revela Saber que Acusada a Chamava de 'Naja' em Caso de...

Sogra Revela Saber que Acusada a Chamava de ‘Naja’ em Caso de Bolo Envenenado

Em depoimento à Polícia Civil, Zeli dos Anjos, sogra de Deise Moura dos Anjos, que é acusada de envenenar a farinha de um bolo de reis, resultando em três mortes em Torres (RS), compartilhou um histórico de conflitos familiares e revelou que descobriu ser chamada de “Naja” pela nora. A investigação da polícia aponta que Zeli era o alvo principal de Deise, que, apesar de ter consumido o bolo envenenado com arsênio, conseguiu sobreviver. A acusada teria envenenado a farinha durante o preparo do bolo. “Só descobri agora, através da cunhada Regina, que me chamavam assim”, disse Zeli no seu depoimento. Ela também mencionou que Deise nunca a chamou de “Naja” diretamente.

Zeli revelou que Deise tinha ciúmes dela e que costumava imitar seu estilo de se vestir, comprando calçados e acessórios iguais. Em relação ao bolo, a sogra contou que decidiu prepará-lo no dia 23 de dezembro. “A princípio, não tinha intenção de fazer, mas acabei fazendo em memória do Paulo [seu marido, que, de acordo com a polícia, foi morto por conta de leite em pó envenenado por Deise]”, citou Zeli em seu depoimento. Ela não se lembrava de ter recebido incentivo de alguém para fazer o bolo.

A sogra relatou que, ao acordar no dia 23, foi ao mercado buscar os ingredientes que estavam faltando: açúcar mascavo, margarina, leite condensado, ovos e passas brancas. Dos ingredientes disponíveis em casa, Zeli mencionou que “usou a farinha que estava embaixo da pia, além de passas pretas e frutas cristalizadas”. Ela ainda comentou que “esqueceu de colocar fermento na receita”. O glacê do bolo foi preparado com o açúcar que tinha em casa. Durante o processo de preparo, Zeli não experimentou a massa e não percebeu nenhum odor estranho. No entanto, mencionou que “achou a farinha estranha”. Zeli acrescentou que a peneirou, mas atribuiu a qualidade da farinha a uma doação que receberam para ajudar as vítimas de enchentes no estado.

A família é composta por Deise, o marido (Diego, filho de Zeli) e o filho, que residem em Nova Santa Rita. Zeli possui casas em Canoas e Arroio do Sal. O Natal em que ocorreu a tragédia se deu no apartamento de Maida, irmã de Zeli, em Torres. Além de Maida, outra irmã de Zeli, Neuza, faleceu na madrugada do dia 24 de dezembro após ingerir o bolo envenenado. Tatiana, uma sobrinha, também perdeu a vida após ser hospitalizada, no dia 25. O sobrinho-neto, Matheus, e a sogra, Zeli, foram hospitalizados, mas tiveram alta posteriormente.

Diego, marido de Deise e filho de Zeli, relatou à polícia que a esposa apresentava instabilidades emocionais. “Deise sempre se mostrava agitada, irritando-se facilmente com pequenas situações envolvendo outras pessoas”, contou o marido. Ele descreveu que “Deise muda rapidamente de atitude”, e fez menção a um desentendimento que tiveram no dia 21 de novembro. “Deise queria que Zeli passasse o Natal com eles, mas a sogra tinha a intenção de passar a data com suas irmãs”, afirmou Diego no depoimento.

Ele também comentou que, durante o desentendimento, segurou Deise pelos braços enquanto ela estava jogando roupas nele. No entanto, Diego não acredita que a esposa tenha envenenado a farinha. A polícia constatou, ainda, que antes do incidente com o bolo, Deise já havia causado a morte de seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, utilizando arsênio misturado ao leite em pó. Deise foi presa no dia 5 de janeiro.

A defesa de Deise informou que ela continua sob custódia temporária, e a investigação segue em andamento, com diligências ainda a serem realizadas para esclarecer os fatos do caso.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!