6 março 2025
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Sondas Voyager Desativam Equipamentos para Continuar a Exploração do Espaço Profundo

As sondas gêmeas Voyager da NASA, lançadas há 47 anos, estão agora desligando alguns de seus instrumentos científicos para conservar energia e prolongar suas missões. Voyager 1 e Voyager 2 estão situadas em regiões inexploradas do espaço interestelar. Engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, em Pasadena, na Califórnia, deram a ordem para que a Voyager 1 desativasse seu experimento do subsistema de raios cósmicos em 25 de fevereiro. O desligamento do instrumento de partículas carregadas de baixa energia da Voyager 2 está programado para 24 de março, deixando cada sonda com três instrumentos científicos ativos.

Quando foram lançadas com algumas semanas de diferença em 1977, as sondas Voyager eram equipadas com conjuntos idênticos de 10 instrumentos científicos. Com o passar do tempo, a fonte de energia das sondas foi diminuindo gradativamente. Ambas dependem de eletricidade gerada pelo calor do plutônio em decomposição, perdendo cerca de 4 watts de energia por ano.

Segundo informaram representantes do projeto Voyager, o objetivo é manter as sondas operacionais pelo maior tempo possível, apesar da redução de energia. Fez-se necessário desligar um instrumento de cada uma para garantir que continuem funcionando por mais alguns meses. A Voyager 1 está a mais de 25 bilhões de quilômetros da Terra, enquanto a Voyager 2 se encontra a mais de 21 bilhões de quilômetros, tornando-se ambas os objetos mais distantes já feitos por humanos.

As sondas Voyager são as únicas naves a operar além da heliosfera, a região que envolve a Terra e se estende para além da órbita de Plutão, composta por campos magnéticos e partículas solares. Após completarem suas missões de sobrevoo dos planetas exteriores nas décadas de 1970 e 1980, os instrumentos projetados para essas observações foram desligados, mas outros foram mantidos ligados para coletar dados sobre a heliosfera e o espaço interestelar.

A Voyager 1 cruzou para o espaço interestelar em 2012, seguida pela Voyager 2 em 2018, em trajetórias diferentes. A Voyager 1 está se afastando do plano do sistema solar, enquanto a Voyager 2 viaja abaixo desse plano. Ao longo dos anos, a equipe da missão tem realizado o desligamento gradual de seus instrumentos para preservar a funcionalidade das sondas.

Recentemente, a NASA desligou o instrumento de ciência do plasma da Voyager 2, que estava enviando apenas dados limitados. O instrumento idêntico da Voyager 1 já estava inativo há anos devido à degradação da sua capacidade de operação. O subsistema de raios cósmicos da Voyager 1, que foi desativado, incluía telescópios que estudam partículas energéticas provenientes do Sol e da Via Láctea. Esses dados foram cruciais para determinar quando e onde a Voyager 1 deixou a heliosfera e entrou no espaço interestelar.

O instrumento que será desligado na Voyager 2 também realiza medições de íons, elétrons e raios cósmicos, utilizando uma plataforma giratória com um motor projetado para operar em ambientes variados. Após o desligamento, esse motor terá completado mais de 8,5 milhões de passos.

As sondas ainda coletarão dados valiosos, embora a equipe perca a capacidade de realizar medições idênticas em dois locais distintos no espaço interstelar. A presença de instrumentos similares em ambas as sondas permite comparações dos ambientes que estão sendo analisados.

Com o passar do tempo, as sondas conseguiram superar sua missão original, adquirindo dados adicionais que são considerados uma contribuição significativa para a ciência, além de serem um testemunho da qualidade da engenharia aplicada em sua construção.

À medida que as sondas envelhecem, os engenheiros têm sido desafiados a encontrar soluções criativas para problemas inesperados. Após o desligamento dos instrumentos mencionados, ambas as sondas ainda poderão operar por mais um ano, antes que seja necessário desligar um outro instrumento em cada uma delas.

Atualmente, as Voyager 1 e 2 continuarão suas missões com sistemas que ainda operam, medindo campos magnéticos e ondas de plasma no espaço. Embora os especialistas da NASA acreditem que ainda sejam capazes de operar com pelo menos um instrumento científico ativo em cada uma até a década de 2030, a possibilidade de desafios adicionais pode encurtar a duração de suas operações.

As Voyager continuam a explorar regiões do espaço onde nenhuma nave anteriormente esteve, e isso traz um elemento de incerteza à continuidade de sua missão. Novas descobertas ainda podem ocorrer a cada dia, e as equipes estão comprometidas em maximizar o tempo de operação das sondas, garantindo que elas continuem contribuindo para o conhecimento humano sobre o espaço.

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