O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, procurou minimizar, nesta segunda-feira (14), o impacto da internação do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação à articulação da votação da urgência e do mérito do projeto de lei que visa anistiar envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, entre outros crimes correlatos. Ele afirmou: “Bolsonaro não é parlamentar, deputado. Ele já fez sua missão. A missão agora é do Parlamento.” O objetivo de Sóstenes é votar ao menos a urgência do texto no plenário da Câmara na semana de 28 de abril, após o feriado de Páscoa.
A urgência do projeto de anistia conta com o apoio de deputados de siglas que compõem a base do governo atual. A oposição, por sua vez, está avaliando a possibilidade de antecipar o pedido para pautar a urgência do projeto de anistia. Além disso, a oposição alega ter conseguido evitar a retirada de assinaturas em apoio à urgência.
Jair Bolsonaro foi uma figura central nas negociações com deputados da oposição para estruturar a força-tarefa que buscaria suporte à urgência do projeto, especialmente direcionando esforços a deputados do centrão e de partidos que fazem parte da base aliada do governo. Antes de sua internação, Bolsonaro também se destacava na defesa dessa pauta, considerada a principal do PL para 2025, tendo reiterado sua posição em diversos eventos.
Nos bastidores, aliados do governo atual avaliam que o teor do projeto, conforme está proposto, poderia também beneficiar Jair Bolsonaro no âmbito judicial, possibilitando a ele evitar penalidades na ação em que é réu por suposta tentativa de golpe de Estado em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente foi submetido a uma cirurgia de cerca de 12 horas em Brasília no domingo (13) para tratar de aderências intestinais. Ele enfrenta complicações na região abdominal desde o episódio da facada que sofreu durante a campanha presidencial de 2018. No momento, não há previsão de alta hospitalar.
