2 abril 2025
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Startup de R$ 30 Mi Revoluciona o Mercado com Entregas de Drone, Disputando com Amazon e Google

Se alguém estiver na Europa e desejar um café em alguns subúrbios de Dublin, o pedido pode ser entregue em casa utilizando um drone. Em um centro comercial, um funcionário da startup Manna coloca um copo de café quente de uma cafeteria local em um compartimento removível que contém uma bateria nova, fixa-o na aeronave autônoma, que decola em seguida. Em menos de três minutos, o drone entrega a bebida por meio de um cabo no quintal do cliente.

O café é a principal entrega realizada pela Manna, que observa uma demanda significativa por essa bebida durante a manhã e à tarde. A empresa alega que um design eficiente de drone e a oferta de um produto popular estão ajudando a manter um volume constante de entregas, empregando menos colaboradores e drones em comparação a concorrentes com mais recursos financeiros, como Amazon, Alphabet e Zipline.

O cofundador da Manna, Bobby Healy, afirma que a empresa é a única que consegue ter lucro em cada entrega. Esse cenário é contrastado com investigações anteriores sobre o investimento maciço feito por essas empresas em um esforço para estabelecer um modelo viável de entrega por drones. Segundo Healy, em um setor emergente, a prioridade deve ser o desenvolvimento de uma aeronave confiável e econômica, operar com o menor número de colaboradores possível e obter aprovação regulatória para voos em áreas residenciais.

A Manna arrecadou aproximadamente US$ 60 milhões, que incluem uma recente rodada de financiamento de US$ 30 milhões, liderada por investidores como Molten Ventures e Tapestry VC, elevando a avaliação da empresa para mais de US$ 150 milhões. A receita da Manna foi estimada em cerca de US$ 6 milhões. Desde seu lançamento em 2020, a empresa completou 200 mil entregas, número consideravelmente inferior ao que os concorrentes conseguiram.

Apesar do número de entregas estar abaixo do padrão do setor, Healy acredita que, após investir anos no aprimoramento das aeronaves e do modelo operacional, a Manna está posicionada para um crescimento significativo, planejando expandir suas operações nos subúrbios de Dublin este ano, alcançando uma população total de 1,1 milhão de pessoas.

Atualmente, 42% das residências nos bairros atendidos em Dublin já utilizaram o serviço ao menos uma vez. De acordo com Healy, a expansão de três para onze bases de entrega deve possibilitar que a Manna aumente suas entregas para mais de 1,5 milhão por ano, um marco ainda não alcançado por outras empresas do setor.

A Manna também busca ampliar suas operações na Finlândia e pretende expandir para outras regiões da Europa, aproveitando um novo marco regulatório da União Europeia em vigor desde 2023. Segundo Healy, a lentidão da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos em estabelecer suas próprias regras dificulta operações no país, mesmo sendo o maior mercado potencial para a Manna e seus concorrentes.

Na região de Dublin, a Manna opera a partir de estacionamentos de centros comerciais, onde drones são mantidos em plataformas de pouso que ocupam poucas vagas. Quando pedidos são recebidos, os lojistas locais levam os produtos até a área de carregamento, onde um funcionário os organiza em compartimentos removíveis, que contêm as baterias necessárias.

Essa estratégia de “troca quente” das baterias permite que cada drone da Manna, desenvolvido internamente, complete até oito entregas por hora em um raio de até 4,8 quilômetros. Segundo Healy, os drones de concorrentes com baterias integradas não conseguem realizar mais de 1,4 entrega por hora devido ao tempo necessário para recarregar.

Um único funcionário pode gerenciar entre 25 e 30 entregas por hora, com um ciclo de entrega de apenas 60 segundos. Os drones operam de forma autônoma, sendo monitorados remotamente, o que diminui significativamente os custos operacionais para cerca de US$ 4 por entrega, sendo possível reduzi-los ainda mais com um aumento no volume de entregas.

Esse modelo de custo pode fazer com que a entrega por drones se torne mais acessível do que o transporte terrestre nos subúrbios, onde os entregadores enfrentam distâncias maiores com quantidades reduzidas de itens. Estima-se que a entrega de um pacote por carro ou van em um percurso de cinco milhas custe entre US$ 9 e US$ 11.

Especialistas acreditam que a entrega por drones deverá crescer exponencialmente nos próximos anos. A regulação, segundo alguns, não deve ser um obstáculo tão grande como mencionado por Healy, e o foco deve estar na construção de um modelo operacional escalável.

Além disso, parcerias comerciais podem ser um diferencial importante. A Manna está agora mirando em aplicativos de entrega, utilizando um modelo de preço semelhante ao do transporte terrestre. A empresa também fez acordos com companhias de renome, consolidando sua presença no setor e garantindo operações em plataformas amplamente utilizadas. Assim, a Manna espera atender a crescente demanda de forma eficaz.

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