Uma startup norte-americana alega ter conseguido recriar uma espécie de lobos pré-históricos a partir de DNA antigo. Os lobos-terríveis, que estão extintos há aproximadamente 12 mil anos, foram mencionados pela empresa Colossal Biosciences, afirmando que três exemplares nasceram em outubro e estão sendo mantidos em uma reserva natural cujo local não foi divulgado. Os filhotes, chamados Rômulo, Remo e Khaleesi, são considerados uma evidência de que é viável “reviver” espécies por meio da modificação das características de animais que ainda existem.
O material genético utilizado para essa recriação foi extraído de fragmentos de lobos-terríveis encontrados nos poços de La Brea, em Los Angeles. Este local é notável por suas reservas de piche — uma forma viscosa de petróleo que aflora à superfície — que se tornou um importante sítio para a arqueologia e paleontologia. Essas armadilhas naturais preservam, ao longo dos milênios, restícios de animais, plantas e até mesmo artefatos humanos, já que o piche atua como um conservante eficaz que impede a degradação de diversos materiais orgânicos. No entanto, a alta temperatura do petróleo afetou o DNA encontrado, dificultando a recuperação.
De acordo com a Colossal Biosciences, a equipe de pesquisadores, composta por mais de 50 cientistas, examinou 46 restos mortais de lobos pré-históricos e conseguiu recuperar 0,1% do genoma viável. Apesar de apresentarem semelhanças com espécies caninas atuais, os lobos-terríveis possuem uma linhagem genética distinta, o que inviabiliza a possibilidade de cruzamentos com outros canídeos, como cães e lobos.
A empresa afirma ter recuperado material genético 500 vezes mais do que as equipes anteriores conseguiram, utilizando um dente de 13 mil anos e um crânio de 72 mil anos como fonte. Com essa inovação, nasceram os três filhotes. A companhia está documentando e compartilhando a jornada dos filhotes em suas plataformas de comunicação, desde o planejamento genético até o atual estágio em que possuem cinco meses de vida. A Colossal Biosciences planeja continuar seus esforços para restaurar espécies que não têm parentes geneticamente próximos há milhões de anos, como é o caso do lobo-terrível.
Essa espécie, além de ter sido mencionada em várias temporadas da série “Game of Thrones”, também aparece em outras produções de entretenimento, incluindo o jogo de RPG “Dungeons & Dragons” e o videogame “ARK: Survival Evolved”. O lobo-terrível também é mencionado na canção “Dire Wolf”, lançada em 1970 pela banda Grateful Dead.
