O Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou, na noite de segunda-feira, 28, o julgamento sobre a ordem de prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, emitida pelo ministro Alexandre de Moraes na quinta-feira anterior. O resultado foi de 6 votos a favor da manutenção da prisão e 4 contrários a essa decisão.
A sessão chegou a ser suspensa após um destaque do ministro Gilmar Mendes, que sugeriu que o caso fosse analisado em um plenário físico. Contudo, Mendes retirou o pedido e o julgamento virtual foi retomado. A maioria dos ministros já havia se manifestado a favor da prisão na sexta-feira.
Os ministros que votaram pela manutenção da prisão foram: Moraes, Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Em contrapartida, André Mendonça, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Nunes Marques se posicionaram contra a prisão. O ministro Cristiano Zanin, conhecido por sua atuação em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava-Jato, se declarou impedido de participar do julgamento.
Collor foi preso na sexta-feira e passou por uma audiência de custódia algumas horas depois. Em seguida, foi transferido da sede da Polícia Federal em Alagoas para um presídio na capital do estado, Maceió.
Em 2023, Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os membros da Corte entenderam que o ex-presidente recebeu 20 milhões de reais de propina entre 2010 e 2014, utilizando sua posição como senador para facilitar obras da UTC Engenharia na construção de bases de distribuição de combustíveis da extinta BR Distribuidora. A acusação afirma que a propina foi oferecida em troca de apoio político para a indicação e manutenção de diretores da empresa estatal.
Esse caso foi um dos diversos trazidos à luz pelas investigações da Operação Lava-Jato, sendo revelado a partir da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, proprietário da UTC, e documentado em reportagens na imprensa em 2015.