A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, na tarde desta quinta-feira, 1°, a prisão do delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski. A investigação conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro revela acusações de recebimento de propina e ligação com contraventores do jogo do bicho.
A decisão revoga uma liminar previamente concedida em 2022, que havia libertado Turnowski da prisão preventiva. O ministro Edson Fachin destacou a presença de indícios suficientes sobre a envolvimento do acusado em uma organização criminosa, ressaltando a gravidade dos crimes que afetam a ordem pública no Estado do Rio de Janeiro.
Os votos na decisão foram divididos: Gilmar Mendes e André Mendonça optaram pela prisão, enquanto Dias Toffoli e Kassio Nunes se manifestaram contra. O advogado de Turnowski informou que irá recorrer da decisão com embargos de declaração e um novo pedido de habeas corpus. O advogado também mencionou que o processo esteve paralisado por quase um ano devido a diligências solicitadas pelo Ministério Público, além de que todas as medidas alternativas foram integralmente cumpridas.
Segundo a denúncia do MPRJ, Turnowski atuava de maneira dissimulada, obtendo informações com associados de Rogério Andrade, como Jorge Luiz Fernandes (Torginho) e Ronnie Lessa. Essas informações eram repassadas a Fernando Iggnácio, através de Maurício Demétrio e Marcelo, com o objetivo de elaborar estratégias para enfraquecer grupos rivais.
Maurício Demétrio, ex-delegado, está preso desde 2021, cumprindo pena de dez anos por liderar cobranças de propina de comerciantes na Rua Teresa, em Petrópolis, além de ser acusado de obstrução da justiça. Ronnie Lessa, também mencionado nas investigações, está encarcerado desde 2019 pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes. Fernando Iggnácio, ex-genro do contraventor Castor de Andrade, foi morto em 2020, enquanto Marcelo José Araújo de Oliveira teria atuado como um elo entre Iggnácio e a Polícia Civil.
Allan Turnowski foi detido durante a campanha eleitoral de 2022, quando se candidatava a deputado federal pelo PL.