Durante a campanha eleitoral, o candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, destacou a China como seu principal alvo em termos comerciais. Entretanto, ao assumir o cargo, ele adotou uma abordagem mais conciliadora. Trump anunciou que sua mais recente conversa com o presidente chinês, Xi Jinping, foi construtiva e expressou a preferência em evitar a implementação de tarifas adicionais ao comércio com a China, manifestando otimismo em negociar um acordo.
Essa mudança na postura de Trump em relação à China é interpretada como um sinal de que ele está reconsiderando sua agenda tarifária. Especialistas do mercado, como o sócio-fundador de uma gestora de ativos, comentam que, embora Trump tenha mantido sua ênfase em desregulação e políticas em outras áreas, sua estratégia tarifária parece estar passando por ajustes. Sugere-se que um acordo pode eventualmente ser alcançado, embora o tempo para isso varie.
O mesmo especialista observa que Trump utilizaria as ameaças tarifárias de forma estratégica para potencializar suas negociações e recomenda cautela ao mercado em relação a reações impulsivas às declarações de Trump nas redes sociais. Postagens feitas ao final do dia, aparentemente, têm um propósito específico e podem impactar a percepção de mercado.
Além disso, é considerado que Trump poderia optar por aplicar tarifas a países com menor poder de negociação antes de direcionar atenção novamente à China. Embora admita a situação delicada da economia chinesa, devido a altos níveis de endividamento, acredita-se que a China ainda possui condições para retaliar de forma significativa.
Entre os assuntos em discussão, destaca-se a venda das operações americanas do TikTok, com especial interesse por seus algoritmos. Essa questão é percebida como uma prioridade para Trump, que se beneficiaria de uma posição forte nas redes sociais, onde o Partido Republicano demonstra maior eficácia em comparação ao Partido Democrata.
Outra prioridade em sua agenda, conforme mencionado por especialistas, é a resolução do conflito entre Ucrânia e Rússia, que tem gerado custos elevados para os EUA. Encerrar esse confronto poderia levar a uma redução significativa nos preços do petróleo, contribuindo para uma queda na inflação e, portanto, ajudando na implementação de tarifas sem a justificativa de segurança nacional.
Projeções indicam que Trump pode iniciar suas ações tarifárias visando países como Canadá e México, os quais estão em desvantagem nas negociações em comparação à China. A estratégia reflete uma abordagem cautelosa, evitando uma confrontação direta com economias mais robustas.
Entretanto, no contexto global, as incertezas em relação à economia brasileira também geram preocupações. A avaliação da atual política fiscal no Brasil é considerada insatisfatória, com uma expectativa de que mudanças significativas não sejam efetivas. O aumento dos gastos públicos é visto como um combustível para a inflação, levando a um cenário econômico incerto.
As condições macroeconômicas do Brasil são observadas com preocupação, uma vez que a dívida pública ainda está em níveis críticos. A comparação com crises anteriores sugere um agravamento da situação fiscal.
Apesar do panorama desafiador, a transição para um novo comando no Banco Central é vista como uma mudança positiva. No entanto, a verdadeira autonomia da instituição será testada conforme a economia enfrentar desaceleração e situações politicamente sensíveis emergirem. No horizonte imediato, espera-se uma fase de relativa estabilidade na atuação do Banco Central.