sábado, fevereiro 8, 2025
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Super Bowl 2025: Hino Nacional Negro Gera Polêmica e Divisão nas Opiniões

A canção “Lift Every Voice and Sing”, frequentemente designada como “hino nacional negro” nos Estados Unidos, será apresentada pela cantora Ledisi no Super Bowl LIX, programado para o próximo domingo (11) em Nova Orleans. Esta será a quinta vez consecutiva que a música será parte da cerimônia do principal evento da National Football League (NFL). Desde a sua inclusão no evento em 2020, o hino tem gerado críticas e ameaças de boicote por parte de grupos conservadores, especialmente no contexto dos protestos contra o racismo que se intensificaram após o assassinato de George Floyd por um policial em Minneapolis.

A canção, composta há 125 anos, foi inicialmente escrita como um poema em 1900 por James Weldon Johnson, que foi um proeminente líder da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP). Posteriormente, a letra foi musicada, tornando-se um importante hino do Movimento dos Direitos Civis durante as décadas de 1950 e 1960, sendo frequentemente entoada em manifestações que clamavam por justiça e igualdade racial. Um verso notável da canção afirma: “Vamos marchar até que a vitória seja conquistada”.

Durante o evento, várias performances musicais estão programadas. A apresentação de “Lift Every Voice and Sing” ocorrerá antes do início do jogo, agendado para as 20h30 (horário de Brasília). Em seguida, o hino nacional dos Estados Unidos, “The Star-Spangled Banner”, será interpretado por Jon Batiste, e “America The Beautiful” terá as vozes de Trombone Shorty e Lauren Daigle. O show do intervalo contará com a participação do rapper Kendrick Lamar.

Apesar da tradição, algumas discussões nas redes sociais reavivaram o apoio a um boicote ao Super Bowl devido à presença da canção, que críticos consideram divisiva. Entre os opositores notáveis estão a ex-candidata ao Senado pelo Arizona, Kari Lake, a jornalista Megyn Kelly e o político Matt Gaetz, ex-candidato a procurador-geral. Até o momento, nenhuma figura de destaque manifestou oposição ao hino para este ano.

O reverendo Lennox Yearwood Jr., presidente da organização de direitos civis Hip Hop Caucus, criticou os esforços de boicote. Ele descreveu essas ameaças como perturbadoras e respeitosas, ressaltando que a relevância de “Lift Every Voice and Sing” permanece forte.

A apresentação do hino acontece em um período em que o programa de justiça social da NFL, iniciado em 2020 com um compromisso de US$ 250 milhões ao longo de 10 anos para combater o racismo e apoiar comunidades afro-americanas, enfrenta críticas. Recentemente, a liga foi alvo de reprovação por remover o slogan “End Racism” das end zones do Super Bowl, substituindo-o por “Choose Love”. A presença do ex-presidente Donald Trump no Super Bowl LIX também gera especulação, uma vez que sua administração revogou várias iniciativas voltadas para diversidade, equidade e inclusão defendidas por jogadores da liga.

As consequências dos protestos que começaram em 2016, liderados pelo ex-quarterback Colin Kaepernick, continuam a impactar a NFL. Kaepernick se ajoelhou durante o hino nacional para protestar contra a injustiça racial, um ato que inspirou atletas em diversas modalidades e ficou conhecido como “O Efeito Kaepernick”. Em 2018, a Nike fez de Kaepernick o rosto de uma campanha publicitária, solidificando sua imagem como símbolo da luta por igualdade racial. No entanto, desde que se tornou agente livre em 2016, Kaepernick não retornou ao futebol profissional na NFL.

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