Os eleitores de Wisconsin escolheram Susan Crawford para a Suprema Corte estadual em uma eleição que ocorreu na terça-feira (1º). A vitória de Crawford manteve a maioria liberal da corte com 4-3, desafiando o apoio do ex-presidente Donald Trump e de Elon Musk ao candidato conservador Brad Schimel. Este pleito foi interpretado como um referendo antecipado sobre a administração de Trump e se tornou a disputa judicial mais dispendiosa da história dos Estados Unidos, com mais de 90 milhões de dólares gastos entre candidatos, partidos e grupos de fora, conforme dados do Brennan Center da Universidade de Nova York. Crawford, que é juíza do condado, superou Schimel, um ex-procurador-geral republicano do estado, que posteriormente reconheceu a derrota tanto em uma ligação quanto em um discurso para seus apoiadores.
Crawford conseguiu uma diferença de 9 pontos, contabilizando aproximadamente 191 mil votos quando 88% dos votos foram apurados. Durante um comício de vitória, Susan Crawford expressou gratidão aos eleitores por sua contribuição na vitória na disputa pela Suprema Corte de Wisconsin, afirmando que esse apoio enviou uma mensagem ao país. Ela declarou: “Hoje, os moradores de Wisconsin se defenderam de um ataque sem precedentes à nossa democracia, às nossas eleições justas e à nossa Suprema Corte. E os moradores de Wisconsin se levantaram e disseram em voz alta que a justiça não tem preço — nossos tribunais não estão à venda.”
Embora não tenha mencionado Musk, que investiu uma parte significativa de sua fortuna na campanha em favor do candidato republicano, Crawford aludiu à grande soma gasta na disputa. “Quando era uma garotinha em Chippewa Falls, nunca pensei que enfrentaria o homem mais rico do mundo pela justiça em Wisconsin, e vencemos!”, declarou ante os aplausos. A juíza também compartilhou que Brad Schimel a contatou para reconhecer sua derrota e expressou gratidão, desejando tudo de bom para ele e sua família.
Finalizando o evento, Crawford citou o falecido juiz da Suprema Corte, Thurgood Marshall, enfatizando que suas palavras eram pertinentes ao “momento sem precedentes em que estamos vivendo.” Ela ressaltou que “a democracia simplesmente não pode florescer em meio ao medo. A liberdade não pode florescer em meio ao ódio. A justiça não pode criar raízes em meio à raiva. A América deve começar a trabalhar. No clima frio em que vivemos, devemos ir contra o vento predominante. Devemos discordar da indiferença, devemos discordar da apatia. Devemos discordar do medo, do ódio e da desconfiança. Devemos discordar porque a América pode fazer melhor, porque a América não tem escolha a não ser fazer melhor.”
