14 abril 2025
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Suspensão das Tarifas de Trump Gera Incertezas Entre CEOs

A recente mudança na postura do presidente dos Estados Unidos em relação às tarifas de importação não parece ter acalmado as inquietações das empresas sobre as repercussões da guerra comercial e sua implementação desordenada, que incluem aumento de custos, diminuição de pedidos e interrupções nas cadeias de suprimentos. O presidente anunciou na quarta-feira (9) a redução temporária das louras tarifas atacadas a diversos países, enquanto elevou as taxas para a China e manteve impostos de 25% sobre produtos como alumínio, aço e automóveis.

Empresas que têm cadeias de suprimento complexas, que se estendem da China à Alemanha, já estavam buscando maneiras de avaliar o impacto das tarifas e lidando com possíveis aumentos de preços para minimizar os riscos associados. A varejista alemã Hugo Boss expressou que as consequências referentes às tarifas, sejam elas americanas ou decorrentes de respostas da União Europeia e de outras nações, estão sendo vividas em um cenário extremamente dinâmico e incerto.

Hugo Boss e outras empresas levantam questões sobre o que poderá ocorrer ao final do período de 90 dias, especialmente considerando que a taxa média efetiva de tarifação dos EUA deverá permanecer próxima a 23%, conforme análise do economista Ernie Tedeschi, da Universidade de Yale. Este cenário está se desenrolando em um ambiente de confiança do consumidor em queda e crescentes preocupações sobre uma possível recessão global.

A empresa química BASF indicou que o impacto imediato das tarifas sobre seus negócios seria limitado, devido à alta proporção de produção realizada internamente. No entanto, a BASF também ressaltou a dificuldade em prever os efeitos de uma guerra comercial sobre a demanda por seus produtos. A gigante da tecnologia Apple organizou voos de carga para transportar uma grande quantidade de iPhones da Índia para os EUA, mas analistas alertam que isso poderá resultar em aumentos nos preços dos dispositivos, considerando a elevada dependência da Apple em relação às importações da China, que enfrenta tarifas de até 125%.

A incerteza gerada pela pausa tarifária de 90 dias, considerada por alguns como um alívio temporário, traz desafios significativos para as empresas. Especialistas no mercado financeiro afirmam que mudanças frequentes nas políticas tarifárias dificultam investimentos de longo prazo, principalmente em setores desvinculados como o de energia sustentável, onde a infraestrutura industrial demanda um planejamento mais duradouro.

Várias empresas, como General Motors, Porsche e Mercedes-Benz, iniciaram a formação de estoques nos Estados Unidos para se proteger contra os efeitos das tarifas. Contudo, a incerteza sobre as políticas comerciais compromete as previsões para o final do ano. A queda da confiança do consumidor americano já está afetando os gastos com produtos como calçados, com dados de uma pesquisa indicando uma diminuição de 9,5% nas vendas de calçados nas lojas desde a posse do presidente.

A Inter IKEA, que fabrica produtos de mobiliário doméstico, também comentou que as tarifas dificultam a manutenção de preços acessíveis. A empresa está monitorando de perto a situação para avaliar o impacto nas vendas. As expectativas para os resultados financeiros de diversas empresas que serão divulgados na próxima semana estão se tornando mais sombrias, com a Volkswagen alertando sobre lucros do primeiro trimestre muito abaixo do esperado.

As medidas temporárias anunciadas pelo presidente oferecem pouco alívio para indústrias de automóveis, aço e alumínio, que permanecem sujeitas a tarifas de 25% nos Estados Unidos. A CEO da Testeral, uma empresa sérvia que produz produtos de alumínio e PVC, afirmou que poderá ser necessário demitir colaboradores se as tarifas persistirem, uma vez que a empresa não pode facilmente repassar os custos adicionais aos clientes devido a contratos de longo prazo. A Testeral conta atualmente com aproximadamente 200 colaboradores entre efetivos e temporários, e a CEO enfatizou que as tarifas representam um risco considerável para a sustentabilidade do negócio.

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