Uma ação judicial avaliava se houve abuso de poder político e uso inadequado dos meios de comunicação social em resposta às declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante uma coletiva de imprensa no dia da eleição. O juiz da 1ª Zona Eleitoral, Antonio Maria Patiño Zorz, absolveu Tarcísio e o prefeito da cidade, Ricardo Nunes, em uma ação movida pelo candidato derrotado Guilherme Boulos.
Durante a coletiva, Tarcísio afirmou que a inteligência do governo interceptou mensagens ligadas a um grupo criminoso, supostamente solicitando votos para Boulos. No entanto, o governador não apresentou evidências que sustentassem suas afirmações, o que levou Boulos a criticar o comentário, considerando-o falso. O juiz determinou que não foi comprovado abuso de poder político ou midiático nas alegações apresentadas. Em sua decisão, ele ressaltou que os atos mencionados na ação não se enquadram nas definições de abuso de poder de acordo com a legislação.
O juiz também declarou que Tarcísio não utilizou recursos do Estado durante a coletiva e que o evento não havia sido convocado por ele, além de não infringir as normas eleitorais. A prática de entrevistas com candidatos e autoridades nas proximidades das urnas é comum durante os pleitos, conforme afirmação do magistrado.
No dia da votação, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a inteligência da Polícia Militar havia detectado mensagens atribuídas a uma facção criminosa que indicavam candidaturas em cidades como Sumaré e Santos, além da capital. Em resposta, Boulos comentou que a situação era séria e classificou a declaração de Tarcísio como absurda e preocupante. A decisão do juiz pode ser contestada junto ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.
