O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou a criação de um Comitê de Assessoramento Estratégico para Políticas de Segurança Pública, que reunirá representantes das polícias Civil e Militar, além do Ministério Público. Essa iniciativa surge em resposta a um histórico recente de reportagens desfavoráveis às forças de segurança do estado. Informações indicam que esta proposta já havia sido discutida anteriormente, porém o governador optou por esperar um período de menor atenção da mídia para evitar a impressão de que se tratava de uma ação de marketing.
O novo comitê terá como função apresentar recomendações para a segurança pública no estado, revisar protocolos existentes, desenvolver novos projetos e buscar soluções de gestão, visando aprimorar o diálogo entre as diferentes instituições envolvidas. O grupo será composto por sete integrantes, sendo eles: o secretário de Segurança Pública, o comandante-geral da Polícia Militar, o delegado-geral da Polícia Civil, o controlador geral do Estado, o procurador geral do Estado, o procurador-geral de Justiça e o defensor público-geral do Estado. A criação deste comitê representa uma tentativa de unir as forças policiais e as autoridades do Ministério Público e da Defensoria Pública, destacando um esforço de diálogo com o Poder Judiciário.
Nos últimos meses, a imagem das polícias em São Paulo foi prejudicada por uma série de incidentes negativos. O assassinato do delator do PCC, Antônio Vinícius Gritzbach, junto com a confirmação do envolvimento de policiais em casos de corrupção e brutalidade, contribuiu para agravar a percepção pública sobre a segurança no estado. Além desse caso, ocorreram outras situações polêmicas, como um policial que empurrou um homem de uma ponte e um major que destruiu um estabelecimento comercial durante um surto de raiva, além do assassinato de um estudante de medicina em um hotel na capital.
Na semana anterior ao anúncio do comitê, novos problemas envolvendo a Polícia Civil foram relatados. Uma operação identificou a presença de 23 celulares em um presídio administrado pela instituição, e uma delegada foi afastada sob suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. Esses acontecimentos trouxeram consequências para a percepção da segurança no estado e para a administração governamental. Após a formação do Comitê, haverá a possibilidade de outros órgãos e entidades públicas, privadas ou da sociedade civil serem convidados a participar dos encontros. As reuniões ocorrerão a critério do governador, e a participação será voluntária e sem remuneração.