As tarifas recíprocas anunciadas para o dia 2 de abril por autoridades americanas têm causado impacto significativo nos mercados globais, resultando em uma queda nas bolsas da Europa e da Ásia. Especialistas em estratégia internacional ressaltam que essas tarifas não afetarão apenas a economia, mas também terão repercussões na segurança nacional dos Estados Unidos, além de influenciarem as relações geopolíticas ao redor do mundo. Tais medidas protecionistas, que visam limitar importações de nações parceiras, podem impactar de maneira direta questões como o conflito entre Rússia e Ucrânia, além das iniciativas de mediação de paz.
A conexão entre as tarifas estabelecidas pelos Estados Unidos e o contexto do conflito russo-ucraniano é mais intrincada do que parece à primeira vista. A Rússia, já sob sanções ocidentais, encontrou na China um aliado significativo. Contudo, as novas tarifas propostas pelos EUA podem modificar esse quadro atual. Recentemente, foi relatado que o líder americano criticou o presidente russo e considerou a imposição de novas tarifas sobre o petróleo russo, mas em seguida expressou otimismo em relação às negociações para um possível cessar-fogo no conflito.
Se houver um avanço nas negociações para a paz, o resultado pode ser mais favorável à Rússia, o que, segundo analistas, pode facilitar uma reaproximação entre a Rússia e o Ocidente, alterando o equilíbrio de poder nas relações entre China, Rússia e Estados Unidos, além de impactar a dinâmica ocidental. Nesse cenário, a Rússia poderia se distanciar da China e buscar uma relação mais próxima com os Estados Unidos.
As consequências desta reconfiguração geopolítica poderiam marginalizar o papel da Europa, que tem se posicionado contra ações russas. Os Estados Unidos estaria buscando garantir acesso às riquezas minerais e energéticas da Ucrânia, com o intuito de estabelecer uma presença mais sólida no país, mas assegurando, por sua vez, a proteção das demandas russas. Há negociações em andamento para um acordo que incluiria todos os recursos minerais da Ucrânia, onde uma cláusula essencial do pacto prevê que empresas ucranianas colaborem em um fundo de investimento conjunto entre os EUA e a Ucrânia.
Um evento significativo pode ocorrer no dia 9 de maio, quando se comemora a vitória da Rússia sobre as forças nazistas na Segunda Guerra Mundial, um momento que pode ser escolhido por Putin para anunciar o fim das hostilidades com a Ucrânia, posicionando-se como vencedor do conflito.