Os mercados globais iniciaram a semana em um estado de alerta, motivados pelo aumento das tarifas imposto pelo governo dos Estados Unidos. Apesar das pressões internacionais e dos apelos por diálogos, não há indícios de que a administração do presidente Donald Trump esteja disposta a recuar. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, agendou uma visita à Casa Branca para esta segunda-feira (7), para discutir um pacote de tarifas que impacta 185 países. Para Israel, a tarifa global, que atualmente é de 10%, passará para 17% a partir de quarta-feira, o que deve ter consequências econômicas significativas, conforme Netanyahu tenta explanar os efeitos para sua nação. Contudo, a expectativa é de que as negociações sejam desafiadoras.
De acordo com o diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett, mais de 50 países já manifestaram interesse em negociar a redução das tarifas instauradas a partir do último sábado. Vale destacar que a Rússia foi excluída do pacote tarifário, em uma tentativa de não prejudicar as discussões relacionadas ao conflito na Ucrânia. Por sua vez, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçou que as novas tarifas não estarão sujeitas a negociações. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, minimizou a possibilidade de uma recessão, mesmo com o aumento das projeções de uma crise econômica global para 2025, segundo o banco JP Morgan.
A política fiscal do presidente Trump tem sido alvo de críticas, especialmente por parte do economista Hugo Garbe, que considera as tarifas como contrárias à ideologia do liberalismo econômico predominante nos Estados Unidos. Garbe argumenta que a imposição de tarifas resulta em um aumento da inflação, elevando os custos dos produtos importados. Apesar disso, Trump sustenta que essas medidas tarifárias atuam como um “remédio” para lidar com os déficits financeiros provenientes da relação comercial com a China e a União Europeia. A China já respondeu com tarifas de 34%, enquanto a União Europeia se encontra em um processo de definição de sua própria resposta à situação.