Em um pronunciamento recente, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou que a elevação dos preços dos alimentos no Brasil resulta não apenas de fatores climáticos, mas também de uma falta de planejamento em administrações passadas. Ela atribuiu a precariedade atual das contas públicas e a depreciação da moeda nacional ao desequilíbrio fiscal, afirmando que problemas nas safras de café e ovos, entre outros, são consequência de uma série de fatores que se acumularam ao longo do tempo.
A ministra elogiou a Embrapa como um exemplo de sucesso, mas questionou a eficácia das ações fora da instituição para minimizar o desperdício de alimentos em supermercados e residências, além de aumentar a produtividade e restaurar pastagens. Ela também criticou a gestão anterior por sua inação no combate ao desmatamento na Amazônia, que, segundo ela, agrava as secas em áreas-chave do agronegócio no Centro-Oeste do país. Tebet enfatizou a necessidade de questionar as ações tomadas nos últimos 25 a 30 anos para se preparar frente às mudanças climáticas.
Adicionalmente, a ministra abordou o impacto das incertezas fiscais no câmbio, questionando o que foi feito para evitar a desvalorização da moeda. Ela ressaltou que o que ficou para trás não pode ser mudado, e que agora é necessário agir. Tebet participou da abertura de um seminário promovido pelo Ministério do Planejamento, que reúne especialistas e autoridades para discutir um planejamento de longo prazo para os próximos 25 anos.
Essa iniciativa, conforme a ministra, conta com objetivos bem definidos para 2035, 2040 e 2050, deixando claro que o Brasil precisa lidar com o desafio do envelhecimento populacional. Tebet observou que o problema não reside apenas no envelhecimento em si, mas na maneira como isso está ocorrendo, citando a diferença em relação à Europa, que enriqueceu antes de enfrentar o mesmo desafio demográfico.