Há 35 anos, em 24 de abril de 1990, o ônibus espacial Discovery lançou o Telescópio Espacial Hubble em órbita terrestre. Sua missão consiste em observar o universo sem a interferência da atmosfera, transformando assim a compreensão humana sobre o cosmos. Com um comprimento de 13 metros e um espelho de 2,4 metros de diâmetro, o Hubble promoveu um olhar mais profundo sobre o espaço e sobre a origem do universo.
O Hubble já realizou mais de 1,6 milhão de observações e gerou milhares de estudos científicos. Nos primeiros anos, enfrentou desafios ópticos que foram corrigidos por astronautas em missão. Desde então, produziu imagens que se tornaram ícones tanto no campo científico quanto na cultura popular. A seguir, são destacadas cinco imagens de grande impacto.
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O campo profundo do Hubble (1995)
Por dez dias consecutivos, o telescópio focou em uma área aparentemente vazia do céu, resultando na imagem conhecida como Hubble Deep Field. Essa imagem revelou cerca de 3.000 galáxias, algumas tão antigas que se formaram apenas 800 milhões de anos após o Big Bang. Essa fotografia alterou para sempre a percepção do público sobre a vastidão e a diversidade do universo, demonstrando o valor da observação contínua. -
O centro da galáxia M87 e o nascimento dos buracos negros (1992)
Com o Hubble, foram obtidas, pela primeira vez, evidências visuais de um buraco negro supermassivo no centro da galáxia M87, com mais de 2,6 bilhões de vezes a massa do Sol. Esta imagem serviu de base para que, quase trinta anos depois, um consórcio internacional registrasse pela primeira vez a silhueta de um buraco negro, precisamente o de M87. -
Os Pilares da Criação (1995)
Possivelmente a imagem mais icônica do Hubble, os “Pilares da Criação” são colunas de gasosa e poeira na Nebulosa da Águia, a aproximadamente 6.500 anos-luz da Terra. Estrelas estão em formação dentro dessas estruturas. Registros anteriores foram retratados com uma clareza inédita e a imagem se tornou um símbolo da astronomia moderna, sendo refotografada em 2014 com equipamentos mais avançados e continua a ser uma das imagens mais compartilhadas da história. -
Galáxias em colisão: as Antennae (1997)
O Hubble capturou em detalhes o encontro de duas galáxias, NGC 4038 e NGC 4039, que começaram a se fundir há cerca de 200 milhões de anos. A colisão resultou em ondas de formação estelar e uma imensa quantidade de poeira cósmica, criando um espetáculo visual impressionante. Esta imagem se tornou um importante referencial para estudos sobre a dinâmica galáctica e os processos que moldam o universo. - Lente gravitacional em Abell 2218 (2000)
Entre as imagens notáveis do Hubble está a do aglomerado de galáxias Abell 2218, onde um campo gravitacional intenso distorce a luz de objetos mais distantes. Este fenômeno, previsto por Einstein e conhecido como lente gravitacional, curvando e amplificando a luz, atua como um “telescópio natural”, revelando galáxias tão antigas e distantes que seriam invisíveis em qualquer outro instrumento da época.
Desde seu lançamento, o Hubble foi a base para a publicação de mais de 22 mil artigos científicos, influenciando o imaginário de diversas gerações. Mesmo com o advento de novas missões, como o Telescópio James Webb, o Hubble mantém sua relevância, agora em colaboração, expandindo os horizontes da ciência. O vídeo produzido pela NASA compila alguns dos registros mais recentes do Hubble em celebração aos seus 35 anos.
