30 abril 2025
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Telescópio Solar Gigante Desvenda Novos Segredos do Sol

Uma nova imagem do Sol, obtida pelo maior telescópio solar do mundo, revela detalhes surpreendentes da superfície da estrela mais próxima da Terra, destacando sua complexidade dinâmica. Esta imagem é a primeira capturada pelo novo Filtro Sintonizável Visível (VTF) do Telescópio Solar Daniel K. Inouye, vinculado à Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos. O VTF permite uma visualização tridimensional sem precedentes dos fenômenos que ocorrem na superfície solar.

A imagem recentemente adquirida mostra um grande agrupamento de manchas solares, tão extensas quanto continentes, localizadas perto do centro da atmosfera interna do Sol, com uma resolução de 10 quilômetros por pixel. Tais manchas estão associadas a áreas de intensa atividade magnética, onde é provável o surgimento de explosões solares e ejeções de massa coronal (CMEs).

As ejeções de massa coronal consistem em vastas nuvens de gás ionizado, conhecidas como plasma, e campos magnéticos que se desprendem da atmosfera externa do Sol. Capturas detalhadas como esta são cruciais para que cientistas compreendam melhor e possam prever o clima solar, o qual pode ser potencialmente prejudicial. De acordo com especialistas, uma tempestade solar ocorrida no século XIX (o Evento Carrington) foi tão potente que causou incêndios em estações telegráficas.

Esses eventos solares podem interagir com o campo eletromagnético da Terra e provocar distúrbios em infraestruturas críticas, como redes elétricas e sistemas de comunicação por satélite. O Sol entra em ciclos de atividade magnética que se alternam a cada 11 anos. Recentemente, cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, da NASA e do Painel Internacional de Previsão do Ciclo Solar informaram que o Sol alcançou um período de máxima atividade, caracterizado pela inversão dos polos magnéticos e pelo aumento do número de manchas solares.

Este é um momento oportuno para que o Telescópio Solar Inouye intensifique seus testes com visualizações impressionantes da superfície do Sol. O calor do núcleo solar se transmite para a superfície através de movimentos convectivos, semelhante a uma sopa fervente. Como indicado por especialistas, as manchas solares atuam como “plugues magnéticos” que restringem a liberação de calor, resultando em áreas que parecem mais escuras e são mais frias do que as regiões circunvizinhas, embora ainda estejam extremamente quentes.

As diferentes densidades e temperaturas na superfície solar criam uma textura visível, estruturada em camadas. O VTF permite a exploração dessas camadas por meio da “sintonia” de diferentes comprimentos de onda da luz. Este tipo de espectro-polarímetro de imagem captura cada comprimento de onda separadamente, utilizando um mecanismo de filtragem sofisticado.

A tecnologia do VTF foi desenvolvida ao longo de mais de uma década e é uma parte crítica do Telescópio Solar Inouye, localizado no Observatório Solar Nacional em Maui, a 3.000 metros de altitude. A construção do VTF envolveu o transporte das peças do instrumento através dos oceanos Atlântico e Pacífico, onde foram montadas.

Essa conquista tecnológica é fundamental para resolver questões relativas ao comportamento solar. O telescópio solar é um dos vários projetos que visam aprofundar a compreensão sobre o Sol e suas características climáticas, incluindo a missão Solar Orbiter da Agência Espacial Europeia e da NASA, e a Sonda Solar Parker, que se aproxima do Sol.

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