As chuvas de verão em São Paulo resultaram em 17 mortes, conforme informações da Defesa Civil do estado. O relatório da Operação Verão conta oito vítimas devido a enchentes, sete por deslizamentos e duas em decorrência de ventos fortes, no período de 1º de dezembro de 2024 até a última segunda-feira (27). Três dessas fatalidades ocorreram no último final de semana após intensas precipitações que afetaram a capital paulista na sexta-feira (24). Durante a temporada chuvosa, várias cidades enfrentaram problemas, com ênfase em casos graves relacionados a enchentes e deslizamentos.
Em relação às enxurradas, em Ibitinga, uma forte correnteza em 4 de dezembro de 2024 levou duas pessoas no centro da cidade, com os corpos sendo encontrados nos dias subsequentes. Na capital, um homem perdeu a vida após cair em um córrego e ser arrastado pela água em Brasilândia no dia 5 de dezembro, com o corpo recuperado no dia seguinte. Também em São Paulo, uma mulher foi levada por uma enxurrada no Cangaíba em 21 de dezembro; embora tenha recebido socorro, não sobreviveu. Em Nova Odessa, um motociclista foi arrastado para o córrego Capuava no mesmo dia. Na capital, um idoso de 73 anos foi tragicamente arrastado por uma enxurrada em Pinheiros no dia 24 de janeiro de 2025, com o corpo encontrado no dia seguinte. Em Guarulhos, outro motociclista caiu em um córrego durante uma chuva forte em 25 de janeiro e foi encontrado morto no dia seguinte. Em Itapecerica da Serra, uma criança perdeu a vida ao ser levada por uma galeria de águas pluviais no Parque Municipal do Povo Roberto Nasraui em 26 de janeiro, com o corpo sendo localizado na Rodovia Prefeito Bento Rotger Domingues.
Quanto aos deslizamentos de terra, Várzea Paulista registrou quatro mortes em apenas dois dias. No dia 21 de dezembro, uma mãe e seus dois filhos faleceram após um deslizamento atingir sua residência no bairro João Aprillanti, enquanto no dia seguinte, outro deslizamento na mesma área resultou em mais uma vítima. Em Taubaté, um deslizamento sobre um muro que colapsou em uma casa no bairro Barreiro causou a morte de três pessoas e deixou um ferido, em 27 de dezembro.
No que diz respeito a ventos fortes, em Fartura, a queda de uma balsa que fazia a ligação entre a cidade e Taquarituba resultou na morte de duas pessoas no dia 23 de dezembro, com os corpos encontrados nos dias 25 e 27 do mesmo mês.
Na última sexta-feira (24), os residentes de São Paulo foram surpreendidos por um “alerta severo” enviado pela Defesa Civil durante as fortes chuvas que afetaram a região metropolitana. Cerca de 140 mil residências ficaram sem energia elétrica devido ao temporal, de acordo com a Enel. Um total de 13.190 raios foram registrados, sendo que 6.292 raios atingiram o solo enquanto 6.898 foram contabilizados dentro das nuvens. Durante o período entre 15h30 e 18h50, o Corpo de Bombeiros recebeu 97 chamados para quedas de árvores, 219 para alagamentos, quatro para deslizamentos e três para quedas de fios elétricos, mas não houve relatos de feridos.
As intensas chuvas causaram transtornos no trânsito, com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrando 1.025 quilômetros de congestionamento no fim da tarde, a maior marca do ano até o momento. O temporal na última sexta-feira também provocou interrupções e atrasos no sistema ferroviário e de metrô de São Paulo.
A previsão do tempo indica que as chuvas intensas devem persistir em grande parte do estado nesta segunda-feira (27). O Instituto Nacional de Meteorologia (InMet) emitiu um alerta laranja (Perigo) para chuvas fortes em quase toda a região. O único local que não está sob alerta laranja é o extremo sul do estado, que faz divisa com o nordeste do Paraná. Na região da Grande São Paulo, as temperaturas alcançam a máxima de 26ºC, com 95% de chances de chuva e ventos que podem atingir até 4 km/h.