A semana começou marcada por um aumento significativo nas tensões nos mercados financeiros globais, com a moeda americana, o dólar, atingindo a cotação de mais de R$5,90 no Brasil. Este aumento ocorreu após o governo dos Estados Unidos iniciar a imposição de tarifas de importação. O presidente dos EUA, Donald Trump, também fez novas ameaças à China, indicando que novas taxas poderiam ser implementadas.
Ao final do pregão, a cotação do dólar à vista subiu 1,24%, fechando a R$5,9107, sendo o maior valor desde o final de fevereiro. Nas últimas duas sessões, o dólar teve um avanço de R$0,28, refletindo o estresse do mercado em resposta à guerra tarifária iniciada pelos EUA. No mês de abril, a moeda americana já registra uma valorização acumulada de 3,57%.
O índice Ibovespa, por sua vez, enfrentou o seu terceiro dia consecutivo de queda, marcando um recuo de 1,31% e encerrando com 125.588,09 pontos. Analistas da área gráfica destacaram que a região de suporte do índice, que se encontra em 118.500 pontos, é um ponto crítico a ser observado ao longo da semana. A perda desse nível poderia indicar uma tendência de baixa em médio e longo prazo, fazendo com que o Ibovespa buscasse a faixa de 100 mil pontos.
Durante a sessão, o dólar manteve uma trajetória de alta, seguindo a tendência de queda das ações globalmente. A partir de sábado, uma tarifa de 10% sobre todas as importações nos EUA entrou em vigor, levando investidores a buscarem a segurança da moeda americana. Adicionalmente, iniciará na próxima quarta-feira uma nova rodada de tarifas que impactará diversos países.
O presidente Trump também anunciou a possibilidade de uma taxa adicional de 50% sobre as importações da China, caso este país não revogue suas tarifas de 34% sobre produtos americanos. Essa ação é uma resposta às tarifas impostas pelos EUA sobre importações chinesas.
Os mercados globais registraram um leve alívio por volta das 11h (horário de Brasília), após uma reportagem indicar que Trump poderia considerar uma pausa de 90 dias nas tarifas, exceto para a China. No entanto, essa esperança foi rapidamente desmentida pela Casa Branca, que classificou a notícia como “falsa”, resultando em uma nova alta da cotação do dólar em relação ao real.
Esse cenário de intensificação da guerra comercial entre as principais economias mundiais gerou um aumento na aversão ao risco nos mercados, com impacto significativo sobre as moedas de mercados emergentes, especialmente o real. A alta da moeda americana em relação ao real colaborou para a elevação das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) no Brasil, refletindo uma queda nas ações do Ibovespa. Globalmente, o dólar teve valorização em relação a quase todas as divisas.
Entre os destaques do dia, as ações da PETROBRAS e da VALE sofreram quedas significativas, motivadas por pressões relacionadas ao preço dos combustíveis e às expectativas em torno do minério de ferro. Por outro lado, instituições financeiras como o Itaú Unibanco e o Bradesco apresentaram uma direcionalidade mista nas suas ações.
O setor de consumo também foi impactado, com empresas como Magazine Luiza apresentando quedas acentuadas, enquanto outras, como a Natura, conseguiram mostrar resultados positivos. No contexto geral, o mercado continua atento às movimentações econômicas e políticas que podem afetar o desempenho dos ativos e a confiança dos investidores nas próximas semanas.